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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Intencionalidade ou Insanidade?


Iniciei o meu dia, como habitualmente, a tomar um cafezinho, em frente ao computador, ao mesmo tempo que ponho em dia os meus e-mails.

Como habitualmente também, abri o “Resumo diário da Imprensa” para dar uma vista de olhos e parei num título do Diário de Notícias que me chamou particularmente a atenção.

Rezava (convém aqui, dado o teor da notícia!) o mesmo: “Bispo do Porto não crê na punição do colega de Viseu”.

Ai não?

Então porquê, já que falta tão grave foi cometida pela pobre criatura?

Não é que D. Ilídio Leandro, bispo de Viseu, vem lá das berças dizer, contrariando as declarações do “Santo” Papa em África que, quando a pessoa infectada não prescinde das relações sexuais, cito “há obrigação moral de se prevenir e não provocar a doença na outra pessoa” considerando que neste caso, volto a citar “o preservativo não somente é aconselhável como poderá ser eticamente obrigatório”?

Claro que, logo no dia seguinte (e isto já se passou, como sabem, há uns dias), D. Manuel Clemente, bispo do Porto enfim, com outra importância hierárquica (!) veio em defesa do seu colega tentando demonstrar que aquilo que D. Ilídio tinha dito (e escrito) não era bem o que tinha dito (e escrito), que havia sido mal interpretado e o que era necessário era uma mudança comportamental sendo o resto (o uso do preservativo?) expediente e não solução.

Pois é. A única pessoa da Igreja, que eu me tenha apercebido, que revelou uma atitude inteligente e demonstrativa que vive no mundo actual e não numa época medieva tardia em que agora a Igreja deu em vogar, corre o risco de ser punido pela “Santa”(?) Sé!!!

É triste ver por onde anda a Igreja Católica.

Será que é por aí que os verdadeiros católicos também caminham?

7 comentários:

Milu disse...

No fundo, considero esta questão, uma falsa questão! É tão fácil de resolver, basta não dar ouvidos ao Papa! Não me incomodo lá grande coisa com os valores da igreja e da religião, porque, para mim, é como se não existissem! Mas sou uma pessoa de fé, acredito no meu e somente no meu Deus, do qual tenho uma concepção que não se encaixa nos dogmas da igreja

Donagata disse...

Pois, Milú, concordo inteiramente consigo. Eu também não tenho problemas nenhuns a esse respeito. Só que nem a Milú nem eu nos podemos comparar à grande maioria das pessoas que, neste caso em África, ouvem o Papa. Já para não falar mesmo cá...
E isso é perigoso. Diria mesmo que raia o criminoso.

BlueVelvet disse...

É muito triste sim, como católica o digo.
Mas já resolvi a questão: o meu relacionamento é com Deus e não com a Igreja.
Beijinhos

Alda M. Maia disse...

Nas hierarquias eclesiásticas, felizmente ainda há outros bispos como o de Viseu. Espero que cresçam de número.
Um beijinho
Alda

Donagata disse...

Eu também espero que haja mesmo e que efectivamente cresçam em número. É que a Igreja, instituição, não pode dissociar-se da realidade ou então estará a dissociar-se dos seus fieis. casos como este são, para mim, incompreensíveis.

Beijos. Gostei de a ver por aqui.

wallper.lima disse...

Essa é uma questão mto difícil! Tem assuntos que requer rigidez e outros não...e a igreja parece que parou na "Idade Média", faltando até mesmo um pouco de compreensão perante certas situações, misturando o espiritual com a vida particular das pessoas...
Outro dia fui a missa, e quando chegou o momento da comunhão, o padre disse: somente aqueles que se confessaram, e que vem religiosamente a igreja, poderão comungar - acho isso ridículo, pois o padre para mim, é um ser humano igualzinho a mim. Por que tenho que confessar meus pecados a ele?
Enfim, a igreja está perdendo fiéis tds os dias, por culpa deles mesmos, que não se reciclam, não se renovam, causando com isso conflitos de pensamentos, atos, e inovações... e quando encontramos padres espetaculares, com a mente aberta, cheios de idéias, são mal vistos, compreendidos, e rapidamente banidos de sua paróquia, e mandados pra bem longe e por aí vai...
Bjs.
Waleria.

Donagata disse...

Pois Valéria. E como crente que é, não lhe dá pena que seja assim? É claro que cada um vive a sua crença como quer. Não precisa de padre, nem mesmo de Igreja, julgo eu. Mas há aspectos em que eu até posso entender a relutância em evoluir. Outros, como este, não só não entendo, como critico severamente.
É, no meu ponto de vista, uma falta de respeito pela Vida!

Beijos.