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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Coisas de pensar


"...e ajusto os cantos do sentir"

Estou tão triste hoje!

E doí-me sobretudo porque não vislumbro nenhuma razão mais especial para esta pena que se instalou em mim.

Não. São estas coisas apenas de pensar que chegam de mansinho e se arrumam nas nossas cabeças…
São lembranças de cores sombrias que se arrastam até encontrarem o lugar certo na memória. E doem. 

É aquela ponta pequenina de saudade que, como um afiado aguilhão, se me encosta à ilharga da lembrança. 

É aquele fragmento tão minúsculo de um tempo que não vivi mas no qual não me encontrarei mais.

É a sugestão da desilusão, do fim de um ciclo, de uma era que o não foi. Um relógio que parou antes mesmo de ter tempo para o tempo.

Hoje, saio de mansinho com os olhos pela janela, penduro-me na laranjeira do jardim, aconchego-me nas folhas verdes e ajusto apenas cantos de sentir…

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Uma história de amor


"A Love Story" de Louis Wain

Eu acreditava na perenidade do amor.
Não da paixão.
A paixão consome-se no seu próprio ardor.
Mas no amor eu cria.
Eu julgava que ia amar e ser amada
com a mesma intensidade, a mesma força cega,
a mesma entrega despojada dos primeiros tempos.
Eu cuidava que o amor era assim.
Unicamente amar e ser amada.
Serenamente amada.
Seguramente amada.
Sempre.
Amar.
Unicamente.