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domingo, 28 de setembro de 2008

A última "corrida" de Paul Newman




Mais uma lenda que nos deixa!

Paul Newman, um homem lindíssimo mas que soube não se limitar a sê-lo. Geriu a sua longa carreira de actor com inteligência e talento.

Além de actor foi realizador, produtor, filantropo, meteu um pezinho na política, piloto de automóveis (a sua grande paixão apesar de daltónico) e manteve um casamento estável mais de 50 anos, algo digno de nota para os padrões de Holliwood.

"Spuynik meu amor" de Haruki Murakami


Mais uma vez, este romance confirma o estilo marcante e inconfundível de Haruki Murakami.

Muito interessante, como sempre de enredo simples, baseado no quotidiano, incidindo essencialmente nas emoções e nos sentimentos das personagens. Utiliza, contudo, a metáfora como meio de ultrapassar o patamar do meramente real, tornando muito mais rica a sua prosa.

De escrita, também ela, simples, dentro de um registo algo poético que, curiosamente, semeia de referências a compositores e trechos de música clássica os quais ajudam a estimular a nossa imaginação. Incrivelmente envolvente.

Dá vontade de ler e, depois de acabado, voltar a lê-lo devagarinho…
Ao ler os livros do autor, percebe-se porque é já considerado por alguns entendidos, um dos grandes do nosso século.

sábado, 27 de setembro de 2008

Recordar...




Une valse à mille temps

Au premier temps de la valse
Toute seule tu souris déjà
Au premier temps de la valse
Je suis seul mais je t'aperçois
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Me murmure murmure tout bas

{refrain:}
Une valse à trois temps
Qui s'offre encore le temps
Qui s'offre encore le temps
De s'offrir des détours
Du côté de l'amour
Comme c'est charmant
Une valse à quatre temps
C'est beaucoup moins dansant
C'est beaucoup moins dansant
Mais tout aussi charmant
Qu'une valse à trois temps
Une valse à quatre temps
Une valse à vingt ans
C'est beaucoup plus troublant
C'est beaucoup plus troublant
Mais beaucoup plus charmant
Qu'une valse à trois temps
Une valse à vingt ans
Une valse à cent temps
Une valse à cent ans
Une valse ça s'entend
A chaque carrefour
Dans Paris que l'amour
Rafraîchit au printemps
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Une valse a mis le temps
De patienter vingt ans
Pour que tu aies vingt ans
Et pour que j'aie vingt ans
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Offre seule aux amants
Trois cent trente-trois fois le temps
De bâtir un roman

Au deuxième temps de la valse
On est deux tu es dans mes bras
Au deuxième temps de la valse
Nous comptons tous les deux une deux trois
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Nous fredonne fredonne déjà

{refrain}

Au troisième temps de la valse
Nous valsons enfin tous les trois
Au troisième temps de la valse
Il y a toi y a l'amour et y a moi
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Laisse enfin éclater sa joie

Reencontro

(Imagem: "Women running on the beach" by Pablo Picasso)

Por fim estou aqui.

Piso freneticamente a areia escaldante

apenas para te encontrar.

Entrego-te primeiro os pés

que envolves numa carícia fugaz mas atrevida.

Recuas. Eu tento acompanhar-te, prender-te.

Corro atrás de ti deixando profundos sulcos na areia,

que me segura, que me atrasa, despeitada,

ciumenta, ciosa de ti.

E tu regressas, voluptuoso.

Agora sou eu que recuo, saltito, mudo de ideia.

Mas é com um sorriso alegre que corro de novo para aí.

Cinges-me. Agora toda, num abraço frio,

salgado, urgente, vital.

E eu abandono-me, qual sereia, em bailado nupcial.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Não desistas. Escreve!

Este post tem duas funções.

Em primeiro lugar pretende cumprimentar, no seu dia de aniversário, uma pessoa que já me é muito querida.

Em segundo lugar, uma vez que as palavras que utilizo não são minhas e, na minha opinião, são tão simples quanto belas, pretendo pedir encarecidamente à sua autora que ESCREVA!

Há talentos que não se podem perder…

Junta os teus dedos aos meus

Os dedos das tuas mãos já não chegam para contar todos os anos que passaste.

Por isso, junta os teus dedos aos meus.

Eu juntarei as minhas mãos às tuas.

Ana Grama em 24-09-08

terça-feira, 23 de setembro de 2008

De mau humor

(Imagem: "Woman at the sea 1960, by Will Barnet)

Olho o mar!

Longe, da ampla varanda, sento-me para o contemplar.

Não quero ir lá. Não quero senti-lo, cheirá-lo, desafiá-lo…

Quero-o distante, quero-me esquivar. Está desigual!

Desprezou o azul profundo, intenso, excessivo.

Está plúmbeo, soturno, marginal.

Deixa-se confundir com as nuvens que o rodeiam,

formando um todo, único, sem começo nem fim.

Está parado, imóvel, sem ondas, sem espuma, sem fragor…

Sem me parecer o mar descomedido, o mar amado. Para mim,

tal como eu, o mar está de mau humor!


Donagata em 2008-09-17

domingo, 21 de setembro de 2008

Livros de férias IV "Qualquer coisa de bom" de Sveva Casati Mondignani


Mais um romance da autora e, mais uma vez, encontro personagens algo estereotipadas e um enredo permanentemente dentro de um registo muito semelhante (pelo menos no que concerne aos títulos que li da autora).

Sempre do género “Gata Borralheira” ou “Bela Adormecida”, em que a “heroína”, pobrezinha mas repleta de qualidades de nobreza moral, bonita, claro, após alguns infortúnios que arrosta com o maior dos altruísmos e uma generosidade à prova de tudo, lá acaba por vir a ser recompensada (muito bem, devo dizer).

Encontra o seu príncipe encantado, um arraso de homem, daqueles que só existem aqui, e ainda o pote das moedas de ouro.

Contudo, dada a fluidez da escrita e à forma agradável como expõe o enredo, é um livro que entretém e não “deseduca”.

Livros de férias III "Praça de Londres" de Lídia Jorge


Livro composto de cinco contos muito interessantes.

De estrutura muito diferente do romance, o conto, no meu ponto de vista, quer-se mais inconcluso, deve deixar sempre algo por revelar completamente, deve até possibilitar interpretações variadas. Porém devê-lo-emos descobrir pleno de sentido.

Trata-se de um conjunto de contos urbanos em que cada um reflecte um instante muito preciso de uma vida.

Muitíssimo bem escrito, ou não fosse a autora que é, o livro, pequeno nas suas 98 páginas, constitui um regalo para os sentidos; algo que, quase literalmente, se devora.