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domingo, 31 de maio de 2009

Tarde bem passada

Hoje fui assistir a um concerto comemorativo dos 200 anos da morte de Hayden, na Casa da Música


Die Schopfung (A Criação)

A música esteve a cargo da Orquestra Nacional do Porto hoje dirigida pela Maestrina Joana Carneiro (que dispensa apresentações) e o coro esteve a cargo do prestigiado "Coral de Letras da Universidade do Porto.


Maestrina Joana Carneiro

Como solistas pudemos apreciar as excelentes perfomances do tenor Finnur Bjarnasson, um jovem que, como talvez já tenham suspeitado, não é português, é islandês e dois não menos jovens com duas excelentes vozes; de barítono Job Arantes Tomé de Matosinhos e a soprano Liliana Sofia Coelho, de Braga que me impressionou, muito francamente, pela positiva.


Embora não seja particularmente apreciadora da música de Haydn, gosto muito mesmo do Coral de Letras e, por isso, lá embrulhei o bocadinho de relutância que tinha em ouvir Haydn e, pelo sim e pelo não, comprei os bilhetes há mais de um mês e já quase esgotados...

Coral de Letras da Universidade do Porto

Ainda bem que o fiz. Não mudei a minha opinião em relação ao compositor, mas até isso foi completamente ultrapassado com a qualidade do conjunto.

Foi um fim de tarde francamente agradável.

Estes dias têm sempre uma consequência desagradável. Acabo por vir irritadíssima comigo mesma por, na maioria das vezes, não aproveitar as ofertas culturais que vão surgindo ficando a jiboiar pela casa sem que se aproveite nada do que faço a não ser, quanto muito, ler.
Ou então brincar às donas de casa que é também uma coisa que muito aprecio... Está-me mesmo na massa do sangue.

sábado, 30 de maio de 2009

Apresentação de livro de poesia


Ficam aqui e agora todos os meus leitores (pobrezinhos) intimados a comparecer no dia 6 de Junho pelas 16.30 h no conhecido Café Guarany, na Praça da Liberdade (no Porto, claro), para assistirem à apresentação do livro "Dispersão Poesia reunida" de Nuno Dempster, publicado pelas Edições "Sempre-Em-Pé".

Eu irei fazer as leituras! Mas que isso não seja o elemento dissuasor! O livro é mesmo bom!

A partir das 16 h já haverá música (e não serei eu)...

sexta-feira, 29 de maio de 2009

“O Arquipélago da Insónia” de António Lobo Antunes


Finalmente respirei fundo e lá tomei alento para ler “O Arquipélago da insónia” de António Lobo Antunes que, há já uns tempos, aguardava a minha leitura.

Começo já por dizer que, embora não aprecie particularmente a imodéstia, a presunção conscientemente assumida do autor, não posso, confundir essa sua característica com a sua qualidade como escritor.

Pois bem, devo dizer que gostei bastante do romance (se de romance se trata e não quero nem tenho condições para entrar nessa polémica. Nem tampouco acho que tenha qualquer importância. É uma mera questão formal).

Lobo Antunes centra-se numa personagem, um autista, e através de um discurso narrativo permanentemente fragmentado, sem atender a sequencialidades temporais ou semânticas, a relações de causa/efeito, misturando o real com a ilusão, o presente com o passado, colocando os vivos a dialogar com os já mortos, vai-nos desfiando a história de três gerações de uma família rural, provavelmente ribatejana, desde a sua ascensão (com o avô como o patrão prepotente e poderoso) até à sua queda total. O nada que o neto recebe.

Este é o registo da maior parte do livro.

A parte final muda um pouco e é então aí que o autor coloca as outras personagens a transmitir a sua visão dos acontecimentos.

É também quando tudo acaba por se encaixar e se abrir na nossa frente um exercício profundo de linguagem em que o enredo (pois subsiste uma história) serve apenas como pretexto para a recreação com as palavras que parecem ter vida própria e se escapam, irreverentes, às leis da linearidade.

Como se infere do que acabo de escrever não é um livro fácil. A intenção, no meu ponto de vista, também não é sê-lo. Por vezes é necessário reler trechos ou até capítulos para conseguirmos apanhar, sobretudo, a totalidade da magia das palavras bem como possíveis sentidos que nos escapem numa leitura mais desatenta.

Contudo, devo dizê-lo, é algo que se faz com imenso prazer. Aliás uma segunda leitura não está fora de questão.

Recomendo vivamente para quem tiver paciência para fazer da leitura um exercício de atenção.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Mais um que fica mais velhinho...


Exórdio para uns parabéns!

Serve o texto seguinte, pois, para parabenizar, o artista que há em ti, Miguélico. Pois, para que saibas, de saber feito, que nunca, de jeito algum, eu, também artista, pois, é certo (mas do disparate), deixaria passar inobservada pois, data tão relevante, relativa, a alguém que tanto me apraz. Só é pena, pois, não ter a certeza de quantos anos fazes!... Pois, mas isso agora também não interessa nada!

Para ti!

Ora bom. Escrever para ti.

Acredita, estou aflítica.

Pois gostava de mostrar,

que ainda se encerra aqui

uma certa veia artística.


É apenas um capilar.

Mas uma realidade verídica,

é que estou a tentar forjar,

uma coisa bem bonítica.


Mas, pois que não sei,

não dá mais

e já isto foi sofrídico.

Posso falar de santas pretas,

do firmamento, do além,

de flores ou de pardais,

pois tudo isso é bonítico

e num poema fica bem.

O que não farei, jamais,

é esquecer-me de te dar,

um beijo muito sentídico,

para mais um ano festejar.


Parabéns.

Desejo que tenhas um ano ainda melhor do que este.

Um beijo repenicado.

Donagata em 2009 - 05 -27

Imagem de Miguel Ministro ( não autorizada)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

"Curiosidades" da História

Não podia deixar de aqui publicar alguns aspectos da História, julgo que menos conhecidos pela grande maioria das pessoas sem, contudo, pertencerem às raridades preciosas que podemos encontrar em sítios de quem sabe, verdadeiramente, de História.

A intenção não é, claramente, a de competir com elementos da blogosfera possuidores de tamanha competência. Seria algo que estaria muito além daquilo que sou capaz.

Enfim, vou limitar-me a dar a conhecer a mais alguns aquilo que outros até já sabem.

Bom, estejam atentos e apreciem estas maravilhas compiladas não sei por quem mas, seguramente, num momento de grande felicidade...



(Imagem daqui)

*A História divide-se em 4: Antiga, Média, Momentânea e Futura, a mais estudada hoje* (a Futura é particularmente estudada pela "Maya" certamente)

*O Convento dos Capuchos foi construído no céculo 16 mas só no céculo 17 foi levado definitivamente para o alto do monte.* (claro! Com o peso demorou 100 anos para subir o monte !!!)

*A Bigamia era uma espécie de carroça dos gladiadores, puchada por dois cavalos.*(será que este é Bígamo e sabe por experiência ?)

*O teste do carbono 14 permite-nos saber se antigamente alguém morreu.* (Hoje em dia acho que basta verificar se o coração parou ou se respira)

*Antes mesmo da guerra a Mercedes já fabricava Volkswagen (e depois da Guerra? A Mercedes passou a fabricar o quê?)

*O pai de D. Pedro II era D. Pedro I, e de D. Pedro I era D. Pedro 0* (e antes foi o Pedro -1, já agora)

*Na segunda guerra mundial toda a Europa foi vítima da barbie (queria dizer, decerto, barbárie) nasista.*

*Cada vez mais as pessoas querem conhecer a sua família através da árvore ginecológica.* (esta árvore é muito conhecida )

*Quando os egípcios viam a morte a chegar, disfarçavam-se de múmia.* (olha que boa ideia. Vamos começar a seguir o princípio)

*O Marechal António Spínola é conhecido principalmente por estar no dicionário.* ( se calhar ...)

*A idade da pedra começa com a invenção do Bronze.* (tu é que deves ser da idade da pedra)

*A luta greco-romana causou a guerra entre esses dois países.*

*Os escravos dos romanos eram fabricados em África, mas não eram de boa qualidade.* ( Racista)

*Na Idade Média os tractores eram puxados por bois, pois não tinham gasolina.* ( ele seria tractor nessa época e reincarnou ?)

*Lenini e Stalone eram grandes figuras do comunismo na Rússia.* (exactamente, principalmente o Stalone)


Então que tal? Gostaram? É lindo, não é?
Gostava de ver se lhes achavam tanta graça se fossem os vossos filhos a dar estas inventivas respostas...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Poesia in Progress


No próximo dia 28, pelas 21,30, no Café Progresso, a Livraria Poetria realiza uma sessão de poesia sobre "As aves".

As asas de Ícaro, desfeitas e glorificadas pelo Sol, permanecem no sonho eterno dos homens. E voar é preciso, até ao infinito e mais além.

Para além dos artistas da palavra - Olga Oliveira, Celeste Pereira, André Sebastião, Margarida Fernandes, António Pinheiro, Manaíra, Odete Boaventura -, teremos os artistas da imagem e do som - Alfred Hitchcock, Fernão Capelo Gaivota.

Dina


Estão todos intimados a ir! Não há desculpas. O tempo vai melhorar, a temperatura vai subir...

Portanto, toca de ir. Vai valer a pena. Eu estou lá!!!!

Almoço no Vermoinho


(Imagem de Louis Wain)

Fui almoçar com Amigas,

que há já algum tempo não via.

Espraiou-se a minha alma,

em maré de nostalgia.

Mas é também tal o deleite,

que o encontro me faz sentir,

que é num frenesim agitado,

que mostro a minha alegria.

E converso, não me calo,

rio por tudo e por nada,

nem sei bem o que dizer,

mas não posso estar calada.

Pois ali, bem junto a mim,

vejo pessoas assombrosas,

que não deixo escapar assim,

estão cá dentro; são preciosas.

E acreditem ou não,

embora sem aparecer,

não se apagará a centelha,

as chamas que aquecerão,

esta amizade a crescer.


Donagata em 2009-05 -21

domingo, 24 de maio de 2009

Surprise!

Hoje foi um dia repleto de surpresas.

Em boa verdade as surpresas começaram logo ontem de manhã quando o meu gatão, muito afoitamente, teve que ir comprar adubo para a relva mesmo naquela horinha boa de uma manhãzinha de sábado, parte do pouco tempo que estamos juntos.

Fiquei danada, assanhada mesmo. Por um lado porque poderia escolher outra altura, por outro porque penso que a relva já não aguenta com mais nada em cima. Se não morrer da doença vai correr o risco de morrer da cura.

Bem, voltemos às surpresas. Lá fiquei a fazer o almoço, a meter umas roupas na máquina, a dar um jeitito à casa, enfim, a brincar às donas de casa ( o que não é surpresa nenhuma) enquanto ia “rilhando cacos” cá para dentro, quando me apercebi que o adubo tardava a chegar.

Lá chegou, por fim, e fomos almoçar. Confesso que não estava na melhor das disposições e não me apetecia minimamente fazer conversa. Para não me aborrecer, acabado o almoço e arrumadas as tralhas, peguei no livro que estou a ler e deixei-me ficar sossegadinha na sala para não incomodar ninguém enquanto ao meu lado se ia lendo o Expresso, a revista, enfim jiboiando.

Percebi, entretanto, um burburinho que fiz por ignorar. Até porque ler António Lobo Antunes requer os dois neurónios muito atentos e viradinhos para o mesmo lado. Tocou o telefone, a minha filha atendeu e não era nada comigo. Mais tarde tocaram à porta e foi também a minha filha que foi atender pelo que imaginei que fosse algum amigo/a e continuei a minha leitura. Até porque, a bem dizer, depois do adubo não estava em dia de grandes confianças.

Eis que, daí por pouco tempo me chamam ao jardim e, surpresa das surpresas, vejo plantado em cima da relva um baloiço de jardim que eu cobiçava há já bastante tempo (desde que se estragara o anterior).

Fiquei francamente surpreendida. Não fazia anos, não estava com um humor digno de ser premiado! Não entendi.

Então lá me explicaram que era a prenda do dia da mãe que não havia sido comemorado (nada que me incomode verdadeiramente) pois a família andava toda embarcadiça, cada um para seu lado.

Fiquei, obviamente muito contente (fiquei muito mais do que se tivesse sido no dia, teve outro significado), agradeci muito, fiquei muito mais bem-disposta quase esquecendo o caso do adubo e… começou a chover. Ou seja, não pude estrear a minha prenda.

Hoje, dia em que tinha cá os filhos a almoçar, portanto dia já de si muito agradável, lá estive a mostrar o meu baloiço a todos (os que o tinham comprado já conheciam) e, no fim do almoço, eis que, para acompanhar o café, o meu marido chega com um belíssimo e saborosíssimo bolo (não sei de onde) para comemorar o dia da mãe agora que estávamos todos juntos.

Pois bem, o bolo “era o adubo”.

Para que eu não desconfiasse de nada e fosse uma verdadeira surpresa, quando o meu gatão foi buscar o bolo que havia encomendado teve que dar uma desculpa. Não encontrando outra melhor, improvisou com o adubo para a relva.

Fiquei algo embaraçada embora, diga-se de passagem, não tenha tido culpa nenhuma. Se era adubo, para mim era adubo mesmo. A verdade é que lá comi o bolinho, excelente, diga-se de passagem, a acompanhar o cafezinho.

Devo-vos dizer que foi o melhor “adubo” que me lembro de ter comido!

Já agora um conselho, amigas. Fiquem calmas, quando os vossos mais que tudo forem buscar adubo, remédio para os caracóis, para o piolho ou para a lepra do pessegueiro. É que atrás disso pode sempre vir uma agradável surpresa. Ou então vem mesmo o adubo que em doses decentes também faz falta…