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quarta-feira, 6 de maio de 2009

“Um Caso com o Demónio” de Tony Bellotto


Foi o primeiro livro do autor que li, este que acabei hoje (por acaso este hoje foi já há uns dias). Tinha alguma curiosidade pois alguém (já não me lembro quem) mo havia aconselhado.

Pois bem. Foi uma grande decepção. Talvez devida a alguma expectativa exagerada que houvesse criado em relação ao livro e, sobretudo, ao autor, a verdade é que não se concretizou nada do que eu esperava.

O autor cria um detective, a personagem principal, que apesar de ser a antítese do detective tradicional que tudo sabe e o que não sabe discorre de um cabelo, o que é bom. Faz dele o janota estúpido, que anda por ali a marinhar, citando nomes de blues até á exaustão (dava para escrever uma enciclopédia) enquanto a sua maior preocupação repousa na melhor forma de se satisfazer sexualmente.

Pretende ser um policial. Contudo, o enredo é tão desengonçado que me deixou algo incrédula. No fundo, o autor, desenvolve (pretende desenvolver) duas histórias distintas sem que qualquer uma delas tenha história.
É ligeiro na escrita e no enredo. Tão ligeiro que fui continuando com a ideia, à medida que progredia na leitura, de que algo mais iria acontecer. Alguma reviravolta aquilo iria ter. Não podia continuar e acabar naquela toada morna e sem sentido que vinha, teimosamente, a desenvolver.
Esperança vã. Pois acabou exactamente como ia prometendo.

Enfim. Posso dizer que não me acrescentou nada. Nem em termos literários (muito longe disso), nem tampouco no que diz respeito à qualidade do conteúdo.Justificar completamente
Um conselho gratuito a Tony Bellotto: É um bom músico. É líder da banda de rock brasileira “Os Titãs”. Continue a dedicar-se à música e deixe a escrita para os que o sabem fazer…

Coloca-se-me uma dúvida, grande: Como é que estes livros são publicados e chegam a best-sellers para não falar já da sua adaptação ao cinema, enquanto bons autores, daqueles que escrevem mesmo bem, nem sequer são publicados?!!!!
Dá que pensar!

6 comentários:

Anónimo disse...

marketing....vendas....dinheiro

simples


*segundo anónimo*

Donagata disse...

Pois. mas é uma pena, não é? Que o lucro ande permanentemente na frente do conhecimento...

Sofia Loureiro dos Santos disse...

Donagata, fui eu que te falei no livo.Li "Um caso de espíritos" e gostei muito. Este ainda não li. Pelos vistos é melhor nm ler...

Donagata disse...

Não me lembrava que tinhas sido tu. Tinha-o escrito num bloquinho que trago comigo e comprei-o.
Eu não gostei. Achei-o pouco consistente quer na escrita, quer no enredo e até no personagem principal... Não significa, porém, que tu não venhas a gostar...
Já dizia a nossa avó e muito mais gente "gostos não se discutem". Tenho intenção de comprar "Um caso de Espíritos", está na lista. Gosto também de dar o benefício da dúvida.

Aliás, se tu gostaste muito é bem provável que eu também goste. Embora, a verdade, é que este me foi recomendado também.

Sabes, tenho lido literatura policial muitíssimo boa. Autores relativamente recentes, literáriamente muito bons, e bastante fora dos cânones habituais. Alguns sul-americanos, uma italiana Dora Leonne que é excelente e outros que agora não tenho aqui à mão e não recordo. Por comparação, este é fraquinho. Acho eu!!!

Beijos.

A.Teixeira disse...

Oh Donagata, esta é realmente uma recensão que o Mário Crespo classificaria na SIC Notícias de "dessassombrada"

Donagata disse...

Mas então porquê? Essa agora. Eu apenas disse o que sinto...