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sábado, 16 de maio de 2009

Porque as pessoas também podem ser educadas...



Aproxima-se o período das férias e vai aumentando exponencialmente o número de animais abandonados.

Em boa verdade, não são apenas as férias. É que um cachorro pequenino ou um gatinho bebé são tão encantadores!!!! São tão giros para ter lá em casa! Ui, tão fofinhos!

O problema, e se é um problema, é que não ficam sempre pequeninos, requerem atenção e trabalhos adicionais, um espaço adequado, cuidados de saúde e, o pior de tudo, é que não têm um botãozinho para desligar.

Ninguém é obrigado a gostar de ter animais em casa.
Agora, a partir do momento em que se opta pela adopção de um animal, aí sim. Aí assumimos obrigações que como cidadãos bem formados e sensíveis, temos o dever de cumprir.

Infelizmente, uma grande parte da nossa população não está mentalizada para este tipo de situações e, é com a maior dos à vontades que, uma família vai, por vezes com os filhos pequenos, levar o animal "de estimação"(?), que viveu consigo algum tempo, entregá-lo ao canil (e já todos sabemos o fim que o espera), pois deixou de caber lá em casa; dá muita despesa; faz muito barulho; arranha os sofás, trepa pelos cortinados, enche tudo de pelo, às vezes distrai-se e faz xixi no chão, vamos de férias.....
Tudo considerações a ter em conta ANTES da adopção. Nada disto é surpresa. São mesmo assim os animais. E é nessas pequenas coisas que reside também uma boa parte do seu encanto.

Não consigo entender a insensibilidade de quem, depois de conviver, um dia que seja, com um animal tem a coragem de o largar à sua (pouca) sorte. Aliás, o seu maior azar, foi certamente o dono que lhe calhou em sorte...

No meio de tudo isto, falta-me ainda falar da total inacção das autarquias a quem, na minha opinião deveriam competir as obrigações de acolher, castrar e procurar donos adequados a essas pobres criaturas que sofrem horrores por serem mais susceptíveis à dedicação e a confiar do que nós.

Contudo, na grande maioria dos casos, a autarquia (concelho) limita-se a ter um canil (já tive a infelicidade de visitar alguns e são espaços que apenas posso descrever como dantescos), onde os animais permanecem por alguns dias, em condições indescritíveis, até serem abatidos.

Não posso acabar sem deixar aqui um BEM_HAJAM para todas as associações que se dedicam a recolher, tratar, alojar e colocar animais que lhes vão ter às mãos. Na maior parte das vezes quase sem apoios nenhuns, usam o seu tempo, o seu dinheiro e a boa-vontade de alguns colaboradores para minimizar este problema.

Fazem aquilo que competiria às Câmaras Municipais fazer se mais não fosse por uma questão de higiene e saúde pública

Alinhar ao centro

Eles não nos abandonam!... porque o fazemos nós?

Vamos tentar dar uma volta a uma situação revoltante e que nos coloca num nível de civismo só comparável ao do 3ºmundo...

4 comentários:

jrd disse...

"Podemos ficar a conhecer tudo sobre um povo, só pela maneira como ele trata os animais e as praias". Frank Deford

Donagata disse...

Ora aí está uma citação bem a propósito jrd. E além do mais tão verdadeira.

Um bom domingo.

Anónimo disse...

Até as criança são bandonadas, quanto mais os animais... Não entendo, juro que não entendo como se dorme depois de abandonar um animal. Não é mais honesto fazer como eu: não quero animais em casa, não convivo bem com animais em casa, não quero animais de espécie nenhuma. Gosto dos animais à solta.

Donagata disse...

Ok. Claro que é uma atitude muito mais civilizada. Aliás começo por dizer isso mesmo. Ninguém é obrigado a gostar de animais e, muito menos a gostar de os ter em casa.
O que eu não posso admitir é o abandono e os maus tratos. Nem imagina as sevícias a que, sobretudo os cães são sujeitos a toda a hora por entes que são tudo menos humanos.
Há dias tentei adoptar um cão (nunca mais me responderam, também não entendi) a quem tinham serrado uma pata por pura diversão...