Continuo a ler o livro “A sétima porta” de Richard Zimler. Está-me a levar um pouquinho de tempo pois é bastante extenso e eu gosto de saborear algumas partes mais do que uma vez; aquelas que me tocam mais fundo.
Alguns exemplos de excertos do livro que me fazem lê-lo com muita calma e provocam alguma reflexão:
“Se fosse a desenhar os meus sentimentos, eles seriam um rio luminoso a cair em cascata à minha volta, levando consigo a prova dos meus desejos, porque sou ainda nova de mais para me sentir assim.
Uma rapariga entrega-se a um rapaz porque quer acreditar que o amor deles vai fazer dela uma pessoa nova. Tudo aquilo que não me mude para sempre não merece ser chamado amor.”
“ Mais perto da janela encontro o desenho que passa a ser o meu favorito. É um retrato da autoria de Otto Dix que representa um cavalheiro magro e de ar afável, de pé junto de uma janela aberta, vestindo um casaco elegante mas no fio. O homem, dos seus sessenta e tal anos, sabe que está a ser desenhado e franze um pouco os lábios, com um ar amavelmente divertido. As suas longas mãos esguias são lindas, as mãos de um pai que escreve cartas semanais aos seus filhos distantes, com uma caneta antiga, ponho-me eu a fantasiar. Foi a sua bondade que o artista tentou captar, tenho a certeza. E coloco o nome dele num lugar especial na minha memória quando o Sr. Zarco mo diz uns dias mais tarde: Iwar von Lucken, poeta alemão e amigo do Sr. Dix.”
“ – Cada livro que compras por mim é mais um anjo que vai viver para lutar mais um dia – garante-me o Isaac, explicando que Berequias Zarco costumava referir-se aos livros como anjos a que fora dada forma terrestre.”
“ – Todos nós, ao longo da vida, damos uma mordida nessa mesma maçã no momento anterior àquele em que nos reconhecemos pela primeira vez no espelho. Todos somos Eva, tal como todos somos Adão. E, enquanto mastigamos a maçã, dizemos para nós próprios:
- Eu existo, e sou separado de Deus.
- Então a serpente não é o mal?
- Não, a serpente é a eternidade, a centelha de eternidade que tem origem na terra e que dá início ao fogo...ao incêndio dentro de cada um de nós. A serpente é a vida a reconhecer-se a si própria, (..........)
- Então por que é que as pessoas acham que a serpente é o mal?
- Porque acham que o mundo é feito de prosa , quando é feito de poesia.”
Alguns exemplos de excertos do livro que me fazem lê-lo com muita calma e provocam alguma reflexão:
“Se fosse a desenhar os meus sentimentos, eles seriam um rio luminoso a cair em cascata à minha volta, levando consigo a prova dos meus desejos, porque sou ainda nova de mais para me sentir assim.
Uma rapariga entrega-se a um rapaz porque quer acreditar que o amor deles vai fazer dela uma pessoa nova. Tudo aquilo que não me mude para sempre não merece ser chamado amor.”
“ Mais perto da janela encontro o desenho que passa a ser o meu favorito. É um retrato da autoria de Otto Dix que representa um cavalheiro magro e de ar afável, de pé junto de uma janela aberta, vestindo um casaco elegante mas no fio. O homem, dos seus sessenta e tal anos, sabe que está a ser desenhado e franze um pouco os lábios, com um ar amavelmente divertido. As suas longas mãos esguias são lindas, as mãos de um pai que escreve cartas semanais aos seus filhos distantes, com uma caneta antiga, ponho-me eu a fantasiar. Foi a sua bondade que o artista tentou captar, tenho a certeza. E coloco o nome dele num lugar especial na minha memória quando o Sr. Zarco mo diz uns dias mais tarde: Iwar von Lucken, poeta alemão e amigo do Sr. Dix.”
“ – Cada livro que compras por mim é mais um anjo que vai viver para lutar mais um dia – garante-me o Isaac, explicando que Berequias Zarco costumava referir-se aos livros como anjos a que fora dada forma terrestre.”
“ – Todos nós, ao longo da vida, damos uma mordida nessa mesma maçã no momento anterior àquele em que nos reconhecemos pela primeira vez no espelho. Todos somos Eva, tal como todos somos Adão. E, enquanto mastigamos a maçã, dizemos para nós próprios:
- Eu existo, e sou separado de Deus.
- Então a serpente não é o mal?
- Não, a serpente é a eternidade, a centelha de eternidade que tem origem na terra e que dá início ao fogo...ao incêndio dentro de cada um de nós. A serpente é a vida a reconhecer-se a si própria, (..........)
- Então por que é que as pessoas acham que a serpente é o mal?
- Porque acham que o mundo é feito de prosa , quando é feito de poesia.”
A imagem é a descrita no segundo excerto: retrato do poeta Iwar von Luken por Otto Dix
1 comentário:
Bela sugestão
mas...
na verdade relativa de todas as coisas
a poesia faz o que deve
isto é- não resolve problemas
levanta questões
e talvez por isso
até eu vejo estrelas nos teus olhos
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