Mais um romance histórico, que me pareceu até mais interessante que o seu antecessor, o “Equador”. Centrando a acção e as personagens principais numa herdade alentejana, de onde saem para o Lisboa, Espanha, Brasil mas aonde sempre (ou quase) regressam. As suas vidas vão-se desenrolando com os seus encontros e desencontros, amores e desamores, ao longo de um tempo histórico que vai servindo de pano de fundo ao registo romanesco.
Assim, através da sua escrita elegante e fluida, vamos percorrendo os desnortes da Primeira República, o início do Estado Novo, a Guerra civil Espanhola a 2ª Guerra Mundial, a subida de Getúlio Vargas ao poder, sempre de mão dada com as personagens bem caracterizadas e fortes sobretudo as de Pedro e Diogo. Considero que as femininas estão talvez, um pouco mais presas a alguns estereótipos.
No que diz respeito à pesquisa histórica pareceu-me estar o livro suficientemente bem documentado para aquilo que se exige de uma obra de ficção.
Gostei particularmente: do perfil que traça de Salazar, um líder tacanho, mesquinho, fechado em si e ao mundo, ambíguo, gerando um país sem horizontes nem ambições; das vívidas descrições de cenas da guerra civil em Espanha, bem como de algumas curiosidades como a primeira travessia do Atlântico por um dirigível, o Hindenburg, que levou Diogo da Alemanha ao Rio de Janeiro.
Gostei.
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