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quarta-feira, 12 de março de 2008

"Quem quer ser bilionário" de Vikas Swarup

Um pouco dando continuidade ao poste anterior, acabei hoje de ler um livro que me foi emprestado e proposto pelo meu professor de hidroginástica. O livro chama-se"Quem quer ser bilionário" e é de Vikas Swarup.
Quando me apercebi que era indiano, vieram-me imediatamente à ideia pequenos excertos de filmes musicais com que me tenho divertido no You Tube. E se a literatura for como o cinema? Confesso que me assaltaram muitas dúvidas antes de dar início à leitura do livro. Contudo, decidi ultrapassar os preconceitos e confiar no juízo do Pedro que é um rapaz inteligente e culto e lá procedi à sua leitura.

Devo dizer que se revelou uma agradável surpresa. É um livro de muito fácil leitura, divertido, embora comovente e até dramático. Revela-nos os aspectos mais sórdidos de uma Índia contemporânea cuja sociedade se bipolariza entre a grande riqueza e a extrema pobreza. É neste sector de população que deambula a nossa personagem.

A história tem por base um concurso televisivo que é ganho por um empregado de um bar, pouco mais do que analfabeto, que, contra todas as expectativas e estratégias de boicote, consegue acertar correctamente a todas as perguntas ganhando um prémio nunca antes ganho.
Cria-se um problema à empresa promotora do concurso que não tem dinheiro para pagar o prémio uma vez que o concorrente gorou todas as estratégias previstas para o concurso.
Na tentativa de evitarem o pagamento, o concorrente é preso e torturado a fim de se confessar autor de fraude. É aí que surge providencialmente uma advogada que se dispõe a defendê-lo, sendo para isso necessário ser conhecedora de toda a história.

A nossa personagem inicia aqui a narração dos momentos da sua atribulada vida desde que foi abandonado à nascença e vai desenrolando episódios que, de uma forma ou de outra o colocaram em contacto com situações que o tornaram conhecedor das respostas às doze perguntas que lhe foram feitas.

O autor, Vikas Swarup, mistura de forma agradável e inteligentemente desordenada, a ligeireza da comédia e os aspectos mais dramáticos e comoventes. Fala-nos de uma sorte que mais não é que o resultado fortuito dos muitos azares da vida de Ram Mohammad Thomas.

Valeu a pena confiar no Pedro.
Quinta-feira trocaremos impressões.

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