Porque tenho sempre alguma curiosidade em conhecer novos escritores, sobretudo nacionais, tinha há já algum tempo em “lista de espera” o livro de Valter Hugo Mãe, prémio literário José Saramago 2007 “o remorso de baltazar serapião”.
Confesso que a sua leitura constituiu para mim uma surpresa enorme; foi quase como se tivesse, de repente, levado um murro no estômago. Perdoem-me a metáfora deselegante mas na verdade não me ocorre nada que melhor reflicta o que senti ao lê-lo.
Não julguem que quero dizer com isto que não gostei do que li. Não, muito pelo contrário, gostei muito. Só que se trata de um livro forte e despudorado sobretudo no que concerne à condição da mulher.
O romance passa-se algures numa idade média, indefinida e é protagonizado por uma família muito pobre na qual a condição da mulher se iguala e, em alguns casos, até se apouca em relação à dos seus animais, sobretudo à de sarga a vaca da família.
Baltazar, o filho mais velho, vem a casar com uma bela donzela que cedo vê compartilhada com o seu senhor de uma forma que nunca chega a entender. Possuído pelo ciúme, também ele, Baltazar, tal como seu pai havia já feito com sua mãe, sujeita a sua mulher às maiores sevícias, estropiando-a com o objectivo de a “educar”. Acaba por se enredar em bruxarias e, finalmente, quando já nada lhe resta, surge o remorso.
É um livro que retrata uma realidade extremamente dura expressa num tipo de linguagem que o autor pretende ser uma reprodução da linguagem arcaica utilizada pelo povo.
Abre-nos uma janela para um novo modelo de escrita ao mesmo tempo que, na minha opinião, poderemos considerá-lo também uma metáfora em relação aos mais diversos tipos de violência que, ainda hoje, é exercida sobre a Mulher.
Forte motivo para reflectirmos uma vez que se celebra hoje o “Dia Internacional da Mulher” e há, por esse mundo fora situações em que as mulheres vivem numa condição tão ou mais humilhante quanto aquela a que este romance nos transporta.
Confesso que a sua leitura constituiu para mim uma surpresa enorme; foi quase como se tivesse, de repente, levado um murro no estômago. Perdoem-me a metáfora deselegante mas na verdade não me ocorre nada que melhor reflicta o que senti ao lê-lo.
Não julguem que quero dizer com isto que não gostei do que li. Não, muito pelo contrário, gostei muito. Só que se trata de um livro forte e despudorado sobretudo no que concerne à condição da mulher.
O romance passa-se algures numa idade média, indefinida e é protagonizado por uma família muito pobre na qual a condição da mulher se iguala e, em alguns casos, até se apouca em relação à dos seus animais, sobretudo à de sarga a vaca da família.
Baltazar, o filho mais velho, vem a casar com uma bela donzela que cedo vê compartilhada com o seu senhor de uma forma que nunca chega a entender. Possuído pelo ciúme, também ele, Baltazar, tal como seu pai havia já feito com sua mãe, sujeita a sua mulher às maiores sevícias, estropiando-a com o objectivo de a “educar”. Acaba por se enredar em bruxarias e, finalmente, quando já nada lhe resta, surge o remorso.
É um livro que retrata uma realidade extremamente dura expressa num tipo de linguagem que o autor pretende ser uma reprodução da linguagem arcaica utilizada pelo povo.
Abre-nos uma janela para um novo modelo de escrita ao mesmo tempo que, na minha opinião, poderemos considerá-lo também uma metáfora em relação aos mais diversos tipos de violência que, ainda hoje, é exercida sobre a Mulher.
Forte motivo para reflectirmos uma vez que se celebra hoje o “Dia Internacional da Mulher” e há, por esse mundo fora situações em que as mulheres vivem numa condição tão ou mais humilhante quanto aquela a que este romance nos transporta.
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