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sábado, 13 de junho de 2009

“O prazer da leitura”


Li ontem um pequeno livro editado pela FNAC em parceria com as Edições Teorema com vista a comemorar o Dia Mundial do Livro em 2009.

É uma colectânea de contos de cinco autores portugueses (Richard Zimler, de origem norte-americana, naturalizou-se português em 2002 e vive no Porto (claro)) que, na minha opinião, traduzem parte do que melhor se faz por cá.

Começa com um texto de Walter Hugo Mãe, esplêndido, dentro do seu registo habitual, explorando um mundo rural, ao mesmo tempo ingénuo e agressivo e vai continuando com Jacinto Lucas Pires também dentro do seu tipo de escrita um texto que tem tanto de insólito como de arrebatador; imaginem alguém que aperfeiçoa ao limite a técnica de roubar livros nas livrarias... E o resto que se segue.

Segue-se Patrícia Reis que eu não conhecia mas, após a leitura deste pequeno texto comovente na sua realidade, me deixou com grande curiosidade em relação à sua escrita. Jorge Reis Sá, outro autor ainda desconhecido para mim, que apresenta um trabalho que tem tanto de surpreendente como de possível numa linguagem actual e flexível, conforme o que está a escrever. Presenteia-nos até com belíssimos excertos de poesia de Eugénio de Andrade e de Alexandre O’Neill.

Por fim Richard Zimler, autor por demais meu conhecido e de quem sou absolutamente fã (não incondicional, nunca incondicional de ninguém) que nos faz visitar a mente de uma menina portuguesa emigrada na América com a sua família portuguesa com quem não se identifica. Pouco proficiente no seu Inglês, ainda, vive momentos solitários…

Bom, mais uma obra a ler. Uma perolazinha que se lê numa tarde de calor.

6 comentários:

A.Teixeira disse...

Donagata, continuas sempre modesta.

Ou seja estamos a falar de quaisquer 160 páginas que tu afirmas que se "despacham" numas 4 horas de leitura, porque toda a gente sabe da física que o calor, além de fazer dilatar os corpos, acelera o ritmo da leitura...

Donagata disse...

Não sejas assim. Lê-se mesmo depressa. É de contos e, por isso, depois de iniciar um, estamos mortinhos por chegar ao fim... E não paramos.

Se eu te disser que hoje acabei de ler um livro de Stephen King (que nunca mais acabava) e li, no metro, um livro de Mário de Carvalho "Casos do Beco das Sardinheiras" até podes achar estranho . Mas o livro tinha apenas 85 páginas. A viagem leva 30m para cada lado...
É assim tão estranho?

Donagata disse...

Ainda para A. Teixeira. Quando eu digo algo parecido com lê-se bem numa tarde quente, é apenas porque numa tarde quente não apetece fazer mais nada. Ou seja, cumprir com as nossas obrigações...Portanto, arranja-se um local fresquinho e...lê-se.

Donagata disse...

Oh A. Teixeira! Eu digo em algum lado que o livro tem 160 páginas? Por acaso tem 166 (fui verificar), mas nem parece.

A.Teixeira disse...

A haver quem não deva ser assim será quem lê contos à velocidade de 80 páginas por hora e depois se queixa do excesso de postes num certo blogue coisa que, àquele ritmo, seria coisa de uns meros 15 segundos.

Foi bom que tivesses especificado a duração das viagens de Metro pois, nesse enquadramento de quem "despacha" um livro na viagem, haveria muito mouro maldoso que poderia concluir que o Metro do Porto é ronceiro como o caraças...

Finalmente, não foste tu que disseste em lado algum que o livro tinha 160 páginas. Eu é que sou um rapazinho metódico... e, por coincidência, até me tinha servido desse livro - entre outros - no site da FNAC para verificar se aquela coisa das minúsculas do Walter Hugo Mãe era um acaso ou era uma birra. É uma birra...

Donagata disse...

Ai foi aí que tu tiraste as conclusões finais!
Vá lá, não é uma birra, é uma convicção...
E de facto tem essas páginas mas os autores usam muitos parágrafos...

Outra coisa. O tal senhor que produz textos no seu blog quase à velocidade da luz não me deixando, assim, tempo para os apreciar devidamente tem de ter em conta que uma coisa é ler ficção; é rápido e apreende-se bem se não for António Lobo Antunes ou assim. Ler textos históricos, incomuns mas verídicos e contextualizá-los no poucochinho que a minha cusquice fez com que soubesse de História, é uma situação completamente diferente. Verdade? É quase como estudar...
É que depois lá fica o neurónio a queixar-se...

Olha, hoje já li outro "O ano de 1993" de Saramago. Também tem muitos parágrafos. A bem dizer é assim um misto de poesia intrigante e sedutora, com narrativa pois conta-nos uma história, com uns laivos de crónica na sua vertente sentenciosa e até moralista, um poucochinho de ficção científica, quiçá influência de George Orwell... Não coloco é já a opinião. Tenho algumas anteriores por colocar.