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segunda-feira, 8 de junho de 2009

A frescura da ignorância

(Imagem: "Nada sucedio" daqui)

Gosto de ver passar frescos rostos,

enfrentando a demanda que é viver,

alegres por aquilo que ainda ignoram,

criando belos sonhos sem saber.

Mas viver é um nunca acabar de desafios,

é um correr de águas a cada instante,

que por vezes nos impelem que nem rios

e outras nos aniquilam de rompante.

E é aí que largamos esse sonho,

que tentamos essa água abrandar,

mas aquela que na vida já perdemos,

é bem certo, não a vamos recuperar.

E quedam-se menos frescos esses rostos,

que ainda agora me comprazia a ver passar.

É esta vida feita de lágrimas e desgostos,

de momentos em que nem sabemos respirar,

que ao roubar-lhes o sonho e a poesia,

faz com que os belos rostos percam a magia

e comecem então a definhar…

Donagata

4 comentários:

Anónimo disse...

Gosto desta poesia, clara de sentido e rica de emoções. Prefiro-a àquela em que a mensagem se esconde sob frases difíceis e palavras de dicionário.

Donagata disse...

Eu sou muito pobrezinha em palavras difíceis. Por outro lado, já me conhece, como em tudo, sou um livro aberto...

Tia [Zen] disse...

Delicioso! Acalmou a dor destes dias de chuva em tempo de férias. Estou a escrever de um PC da Biblioteca de Caminha... Já que nao posso ir à praia...
Bjs

Donagata disse...

A biblioteca é sempre uma boa alternativa à praia. Embora eu prefira levar o livro e ir à praia.
Espero que o tempo melhore para que possa usufruir convenientemente destes dias.

Beijos.