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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Devaneios

(Imagem: "Devaneios" de Guilherme de Faria)

Abomino quando me perco em devaneios
deixando fantasias, descuidadas, vagabundas,
percorrerem céleres as ideias mais profundas,
acalentando sonhos de arrebatamentos e anseios.

Acobardo-me só de pensar nesses sonhos,
nesse vaguear impudente, que não domino.
Sinto que quero o que nem sequer congemino,
tentando amordaçar os pensamentos bisonhos.

E erram assim, as ideias, inconscientes.
Pressinto-as, perturbadas, a esperar,
confiantes que, desse sonho, ao acordar,
descubra paixões reais e não ilusões decadentes.

6 comentários:

Anónimo disse...

Eu chamo-lhe o meu mundo imaginado. Ás vezes é assim, mas na generalidade gosto de o deixar entrar.

E estou a ficar com saudades...

Beijinho ronronado!

Donagata disse...

Depende dos locais para onde a imaginação nos leva...

Beijos

Anónimo disse...

É isso mesmo! Contacto estabelecido!

BlueVelvet disse...

Mal de mim se dez em quando não entrasse em devaneios...
Mas o poema é lindo.
Beijinhos Donagata

ruth ministro disse...

O mundo da ilusão, da fantasia, do sonho, faz-nos bem... De vez em quando é preciso fazer uma fuga à realidade e repousar um pouco os olhos, deixando que sejam a alma e o coração a guiar os nossos passos.

Beijinhos

Donagata disse...

Bluevelvet e nuvem. Têm ambas razão. Os devaneios são imprescindíveis para a nossa própria sanidade mental. Contudo, por vezes, dói-me muito o "acordar". Custa-me largar a fantasia, o sonho e cair na realidade que nem sempre (quase nunca) corresponde aos nossos devaneios menos ambiciosos...

É uma felicidade ilusória e fugaz.