Por recomendação de alguém que muito prezo no que diz respeito aos gostos literários (e a muitas outras coisas), li o livro “O ano em que devia morrer” de Miguel Pinto.
Logo ao ler a pequena sinopse da contracapa percebi que se tratava de um tema que me suscitava toda a curiosidade e muitas dúvidas; a vida em Cuba em pleno período da revolução de Fidel, contada por alguém que, supostamente*, a apoiava e activamente defendia os seus valores sendo militante activo e premiado do regime. Ao encetar uma relação com alguém “duvidoso”, não aprovado, entra numa corrente de represálias, de traições e planos urdidos para o desacreditar que culminam com a sua prisão.
O livro lê-se muito rapidamente quer pelo interesse que suscita o tema que desenvolve, quer pela forma simples, despretensiosa mas muito interessante da sua escrita.
Um livro, na minha opinião, francamente autobiográfico que, ao longo das suas 268 páginas, nos vai transportando através de uma realidade cada vez mais negra confirmando assim aquilo que já há muito suspeitava quer pelo pouco que foi, ao longo dos anos, transparecendo para o exterior, embora muito filtrado e deturpado até, quer pelo que pude constatar aquando da minha visita a Cuba que fiz com olhos muito atentos.
A troco de uma boa saúde e educação, gratuitas, privam-se as pessoas das mais elementares liberdades, até a liberdade de ter vontade de. Será que vale a pena? Pergunto-me qual é o interesse de chegar a um luxuosíssimo resort e ter a transportar-me as malas para o quarto, um indivíduo licenciado em Direito e com uma pós graduação em Direito Criminal feita em Coimbra?! OK. Teve acesso a uma educação superior, de qualidade, gratuita e agora se exercer Direito, o que só pode fazer para o estado, leva a que tenha uma qualidade de vida muito pior do que andar a carregar com as malas dos turistas!!! Parece-me haver aqui um “ligeiro” contra-senso, ou não haverá?
Bom, mas continuando no livro, devo dizer que, aqui e ali, me fez lembrar um pouco o Papillon o qual já li há imensos anos. Também acaba por contar os infortúnios de alguém que, caído em desgraça em termos políticos, sofre as agruras das prisões cubanas.
Recomendo.
*Quando utilizo aqui a palavra “supostamente” não quero, de forma nenhuma, pôr em causa o testemunho do autor. Ressalvo apenas a possibilidade de alguma ponta de ficção que possa estar associada a uma obra que, segundo o próprio, embora de cariz auto-biográfico é um romance.
Logo ao ler a pequena sinopse da contracapa percebi que se tratava de um tema que me suscitava toda a curiosidade e muitas dúvidas; a vida em Cuba em pleno período da revolução de Fidel, contada por alguém que, supostamente*, a apoiava e activamente defendia os seus valores sendo militante activo e premiado do regime. Ao encetar uma relação com alguém “duvidoso”, não aprovado, entra numa corrente de represálias, de traições e planos urdidos para o desacreditar que culminam com a sua prisão.
O livro lê-se muito rapidamente quer pelo interesse que suscita o tema que desenvolve, quer pela forma simples, despretensiosa mas muito interessante da sua escrita.
Um livro, na minha opinião, francamente autobiográfico que, ao longo das suas 268 páginas, nos vai transportando através de uma realidade cada vez mais negra confirmando assim aquilo que já há muito suspeitava quer pelo pouco que foi, ao longo dos anos, transparecendo para o exterior, embora muito filtrado e deturpado até, quer pelo que pude constatar aquando da minha visita a Cuba que fiz com olhos muito atentos.
A troco de uma boa saúde e educação, gratuitas, privam-se as pessoas das mais elementares liberdades, até a liberdade de ter vontade de. Será que vale a pena? Pergunto-me qual é o interesse de chegar a um luxuosíssimo resort e ter a transportar-me as malas para o quarto, um indivíduo licenciado em Direito e com uma pós graduação em Direito Criminal feita em Coimbra?! OK. Teve acesso a uma educação superior, de qualidade, gratuita e agora se exercer Direito, o que só pode fazer para o estado, leva a que tenha uma qualidade de vida muito pior do que andar a carregar com as malas dos turistas!!! Parece-me haver aqui um “ligeiro” contra-senso, ou não haverá?
Bom, mas continuando no livro, devo dizer que, aqui e ali, me fez lembrar um pouco o Papillon o qual já li há imensos anos. Também acaba por contar os infortúnios de alguém que, caído em desgraça em termos políticos, sofre as agruras das prisões cubanas.
Recomendo.
*Quando utilizo aqui a palavra “supostamente” não quero, de forma nenhuma, pôr em causa o testemunho do autor. Ressalvo apenas a possibilidade de alguma ponta de ficção que possa estar associada a uma obra que, segundo o próprio, embora de cariz auto-biográfico é um romance.
6 comentários:
É muito interessante que haja pessoas que viveram aquela espécie de utopia que expliquem a realidade. É bom que quando alguém lamenta a derrota dessa ideologia olhe bem para o seu resultado, sem vergonha de reconhecer que os totalitarismos, sejam de esquerda ou de direita, matam a imaginação, como diz o autor.
Será que vai haver continuação?
Provavelmente. Embora sem o mesmo carisma, penso que a tentativa será prolongar o mais possível este sonho de alguns que tem aspectos de grande pesadelo.
vamos esperar para ver.
Boas leituras
e bom feriado!
beijinhos
Boa leitura, para completar, por exemplo, um excelente filme: "Viva Cuba!"
olá obrigada pela visita e pelo doce comentario,parabens pelo blog ke está deveras muito bom,felicidades e bom fim de semana
lydia
Tudo é efémero, a começar pelas ilusões.
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