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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Reflexões em torno de um livro

(Imagem: Nicolau Copérnico)

Estou a ler e já em fase bastante adiantada um livro que me está a dar uma enorme luta: “A revolução copernicana” de Thomas Kuhn.
Abordando, entre outras mais do meu conhecimento, áreas científicas bastante específicas das quais eu não tenho o domínio adequado, já para não falar de outras que não só conheço mal como não faço questão de conhecer melhor (ressalvando, claro, aquilo que é do conhecimento generalizado do comum dos mortais), tem-me obrigado a um trabalho de pesquisa aturado e sistemático, para que dele possa tirar o melhor partido.

É que o livro é mesmo interessante e, mesmo considerando as sucessivas interrupções com vista a esclarecer as dúvidas que me surgem, tem-se revelado uma leitura agradável e estimulante.

Um dos aspectos que mais me impressionou foi o facto de ter tomado verdadeira consciência de como estamos ainda tão pouco distantes nós, os da era das tecnologias de ponta, dos tempos em que o mundo acreditava que a Terra era o centro do Universo.
Também não me tinha apercebido (eu sabia, mas não tinha disso consciência) que os nossos navegantes e heróis descobridores dos finais do sec. XV e início do XVI, galgaram oceanos, “deram novos mundos ao mundo”, orientaram-se pelas estrelas, construíram instrumentos de navegação tendo por base os movimentos dos astros, desenharam cartas pormenorizadas, provaram a esfericidade da Terra e, tudo isto, julgando sempre estar no centro do Universo…
É que Copérnico só publicou o seu “De Revolutionibus Orbium Coelestium” em 1543 (que abanou a comunidade científica mas não apresentou provas concludentes) e, só mais tarde, já no sec.XVII, Galileu apresentou provas aceitáveis em relação à teoria heliocêntrica uma vez que tendo melhorado o telescópio refractor, foi o primeiro a conseguir fazer observações astronómicas válidas.
Algum de nós, ao ler a gesta dos descobrimentos teve realmente a noção dos verdadeiros constrangimentos científicos que tinham além das frágeis embarcações em que se deslocavam? Eu, confesso que não.

E esta é apenas uma das muitas reflexões que este livro me tem suscitado. Outra é o incontornável papel negativo da igreja em relação às evoluções científicas (atente-se a obrigatoriedade de Galileu se retratar em relação às suas descobertas). Da igreja católica, papel mais determinante por ser maior a sua influência, mas também da luterana e da calvinista.
Mas como se trata de uma questão muito mais profunda e complexa e não apenas de reflexões pessoais ficará, se assim calhar, para desenvolver noutra altura. Agora vou continuar a minha leitura.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ola!
Já que estamos numa de livros aqui vai o tal do Ricardo. "O Porto Oriental no Final do sEc. XIX".
visite o site: http://www.webboom.pt/ficha.asp?id=167635
Se pesquisar no Google pelo título vai aparecer muita informação!
o rapaz é muito conhecido!!!

Beijos

Donagata disse...

Obrigada, Pedro. seguramente que vou pesquisar.
Um beijo também para ti. Bom fim de semana.