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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Poesia

(Imagem de Joana Almeida, Bodrum)
Os meus passos de criança não deixavam pegadas,
a tua mão de areia e de espuma
atraía-me para o teu seio
e eu partia numa braçada confiante
em direcção ao azul dos gritos das gaivotas,
esse azul reluzente ao nível dos olhos
que me chamava sempre mais longe
em busca da vaga que seria enfim minha.
Hoje olho-te, mar,
e lembro-me das lágrimas vertidas,
do sal amargo do regresso,
da tua cor cambiante
que me traz o esquecimento
e eu permaneço lá, apaziguada e feliz,
a olhar a maré do presente
que já não é para mim o chamamento
da tua mortal imensidão.

Isabel Meyrelles, Maio de 1997

1 comentário:

Anónimo disse...

Ola Sra Donagata :) ...

Gostei mto .

Beijo , A.B.