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segunda-feira, 21 de abril de 2008

"A Praia do Destino" de Anita Shreve

Mais uma vez aqui estou a fazer a recensão (parafraseando A. Teixeira) de um livro daqueles que trocamos no tal “Healthclub” muito à minha medida.

Desta vez um romance muito interessante, de grande sensibilidade, que se lê de uma assentada apesar das suas 416 páginas.

O enredo, que se desenvolve no virar do século XIX e início do século XX, na Nova Inglaterra, explora com muita qualidade narrativa e uma invulgar subtileza uma relação apaixonada, absolutamente impossível por confrontada com todos os tabus e preconceitos sociais que existiam (alguns ainda existem!) nesse período, nesse local, católico e terrivelmente conservador.

Fala-nos também da coragem, da luta contra o estabelecido, do altruísmo, da dedicação, do Amor.

História excelentemente contada, aguçou-me a curiosidade de ler algo mais da obra desta autora que não conhecia.

Deixo-vos com algumas palavras da autora que escolhi do livro.

“…E agora interroga-se se, em todas as vidas, não haverá momentos no tempo, talvez quatro, cinco ou mesmo sete, em que a vida se transforma completamente ou dispara numa direcção não imaginada, uma direcção que parecia demasiado fantástica ou demasiado penosa para ser previamente contemplada. Estes momentos podem surgir espontaneamente, quando menos se espera, e muitas vezes em circunstâncias difíceis, desastradamente erradas ou até banais, e podem chegar tão suavemente ou tão fugidiamente que parecem meros passarinhos a pousar no ramo mais saliente de uma árvore. Com a excepção de que esses pássaros em particular não voltam a levantar voo.

…E, o que é mais extraordinário, no finito contínuo do tempo pelo qual todas as pessoas viajam, o terrível momento é fixo, inamovível, incapaz de ser obliterado, por mais fervorosa ou apaixonadamente que se possa mais tarde desejar esse apagamento.”

6 comentários:

Anónimo disse...

Venho agradecer a sua visita a Núvens de Orvalho - o meu espaço quase secreto. Obrigada pelas palavras que lá deixou.
Voltarei a passar por aqui para ler melhor.
Beijinho e boa semana.

Anónimo disse...

Peço desculpa pelo abuso...
mas voltei para lhe pedir que aceite um desafio :-)

antonio ganhão disse...

Simpático! Assim não preciso de os ler e sempre posso dizer qualquer coisa quando me perguntarem: já leste..? ;)

Donagata disse...

Perla, obrigada pela visita e quanto a aceitar um desafio (embora ainda não tenha visto qual é) não acho que tenha que pedir desculpa ou seja sequer um abuso.

António, o objectivo destes comentários não é propriamente esse...É uma forma de eu própria sintetizar o que de melhor me fica do que leio. Procuro sempre não desvendar nada que possa vir a tirar o interesse à leitura do livro. Contudo, vendo bem, pode muito bem servir para o propósito que propõe.
Obrigada pela visita

Anónimo disse...

Gostei imenso deste livro.
Como mulher, sensibilizou-me muito a históra da Olympia e o sofrimento por que passou devido à sociedade preconceituosa e castradora da época.

Donagata disse...

Como viu, estou inteiramente de acordo consigo.
obrigada pela visita