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sábado, 19 de abril de 2008

Aguardar ao entardecer

(Imagem "Paris" de Marc Chagall)

Quando ao fim do dia chego a casa com cautelas
e vagarosamente me aproximo a observar,
procuro o brilho de olhos que das janelas
me vigiam no meu lento avizinhar.
Os meus gatos pachorrentos mas felizes,
que me aguardam num sereno repousar
fazem pose para que eu os poetize,
e com languidez gozam do prazer
que experimentam ao poder aproveitar
os derradeiros raios de sol do entardecer.
E é ao vê-los assim tão confiantes,
tão soltos mas também tão expectantes,
tão seguros, tão altivos e tão belos,
com olhares tão meigos, tão sinceros,
que me rendo embevecida só de os ver
e percebo que eu sem eles,
era eu sem ser.

5 comentários:

antonio ganhão disse...

Existe em cada gato um lado de príncipe, afagá-lo é tocar em manto real, contemplá-lo é a expressão máxima da vida e da liberdade.

Visita-me tb em http://emlivro.blogspot.com/

Donagata disse...

Concordo inteiramente.
Obrigada pela visita.

ruth ministro disse...

Este poema está lindíssimo... Engraçado que consigo mesmo ver um sorriso seu nestas palavras...

Um enorme beijo meu

Donagata disse...

É verdade nuvem. É mesmo com um sorriso que eu os olho, os acaricio, os mimo, os penso.
E sabe uma coisa ? muitas vezes só eu vejo, mas eles sorriem sempre de volta...
beijos

Anónimo disse...

Ola Sra Donagata :) ...

LINDO LINDO LINDO !!!
Sorri só de ler este Texto Lindissimo ...

Obrigado !!!

Beijo , A.B.