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sábado, 26 de janeiro de 2008

EU, COBAIA (Capítulo V)

(Imagem: recebida por e-mail, "cobaia em descanso")
CapítuloV
Depois de ter entendido, mais ou menos, o que se esperava dos treinos ou seja, que se soubesse em cada momento da aula em que nível da escala me encontrava, lá continuei esforçadamente a comparecer aos que se seguiram.
E, para minha surpresa, foram ainda alguns.

Num dos dias verifiquei que um dos rapazinhos mais jovens, uma cobaiazita imberbe e tímida, estava “armadilhado” qual elemento das hostes de Ossan Bin Laden, infiltrado no meio daquele mulherio, dando a sua vida, para acabar com o nosso lento definhar. Mas não, estava apenas equipado com um frequencímetro que iria ajudar, também, a melhor entendermos a intensidade do esforço despendido. Pelo menos ele entenderia melhor o seu esforço.
Eu, fiquei a pensar com os meus botões (ou outra coisa qualquer uma vez que os fatos de banho não têm botões): - Quando ele estiver com 170 pulsações, por exemplo, eu, que quase podia ser sua avó, estarei mesmo naquele pontinho de “bater as botas”...

Além de apurar a sensibilidade para nos situarmos no ponto correcto da escala, os diversos treinos destinavam-se ainda a criar em nós, cobaias, a endurance necessária para aguentar os “picos” de esforço imprescindíveis para o estudo sem haver riscos excessivos de morte ou invalidez permanente. E acreditem que se tratam de picos que podem orgulhosamente concorrer, em grau de dificuldade, com o Everest... É que o problema não é chegar aos "picos", é mantê-los durante largos minutos sempre na máxima intensidade de esforço.

Bom, cheguei aquele que penso ter sido o último ensaio. Foi também o mais duro pois já se experimentou o exercício em toda a sua pujança!
Tivemos direito até a reportagem filmada dentro e fora de água. Só foi pena que, a dada altura, já nem os olhos conseguisse abrir nem tivesse a noção do lado para que estava a abrir os braços ou a fechar as pernas. Em boa verdade já nem sabia muito bem se tinha braços e pernas. Só sabia que tinha de continuar aos pulos e aos empurrões à água, de forma frenética, como se estivesse completamente possuída por forças estranhas e disso dependesse o meu amanhã.
Ah, é verdade, tive também direito a ser “armadilhada” claro, mas o esforço era tal que nem conseguia ver o indicador da frequência cardíaca. Contudo, no final, a professora informou-me que tinha feito um pico de 170 e muitos batimentos por minuto mas, a mim, pareceram-me para aí 500. Contudo, aparentemente fiz uma boa média...
Só vos digo, se os treinos durassem muito mais tempo e com esta intensidade, tenho para mim que quando chegassem os dias dos testes a valer, as cobaias estariam (e vamos lá a ver se não estão) todas fora de combate!

E agora, que estou em casa, ainda um pouco embotada pelas endorfinas, o único exercício que me apetece é sentar-me no sofá na companhia dos meus gatos e do meu cão. É exactamente o que vou fazer.
Os testes finais serão nos dois próximos sábados. Se conseguir, contar-vos-ei o que se for passando.
Nota:
A publicação dos capítulos está a ser feita com algum atraso; de modo que, nesta data, já foi feito o primeiro teste a sério (sobrevivi) e o segundo e último será hoje. Se sair mais ou menos incólume, deles vos darei também conta brevemente.

5 comentários:

Anónimo disse...

Aguardo, com o coração em "picos", o fim dos testes.

Donagata disse...

Sobrevivi. Os pormenores virão depois.

clara branco disse...

Que aventura! Isto de ser cobaia não deve ser nada fácil! Passei por aqui para lhe desejar o resto de um bom fim de semana e um bom começo da nova semana que se segue!
bj

Mar Arável disse...

Tudo pelo melhor

bjs

Jonathan da Costa disse...

Excelente...muito bem...
Quem disse que ser cobaia era fácil...
Tenho certeza que vais aguentar os testes finais... Aguardo pelo resultado destes...

Fica Bem