Há já alguns dias que acabei de ler o livro de Stephen King “A História de Lisey”. Devo dizer que sou leitora habitual deste autor pois desenvolve um género literário que, em determinados momentos, me dá muito prazer ler; o suspense, o thriller, o terror. Assim, ao ler Stephen King, não espero ser surpreendida com textos de exacerbadas pretensões literárias mas sim com enredos verdadeiramente incríveis, assustadores, inesperados, por vezes a raiar o doentio, que o autor vai desencantar não sei bem onde. Contudo, devo referir que, nos livros que li do autor (e foram já muitos), sempre encontrei bons textos, numa escrita agradável, fluida, directa, utilizando bem a linguagem do quotidiano, fazendo descrições muito concretas, não havendo, regra geral, grande lugar à metáfora. Na maior parte das vezes, até as marcas do horror, se encontram ligadas a objectos comuns do dia a dia, tornando tudo muito mais arrepiante.
Mas voltemos à “História de Lisey”. Este livro foi, para mim uma surpresa. Desde o início da sua leitura e à medida que ia progredindo, foi-me suscitando uma certa estranheza e talvez até alguma desilusão. Não conseguia atribuí-lo ao seu autor; não encontrava nele as “marcas” que caracterizam as obras de Stephen King (pelo menos as que eu conheço). Foi-se revelando aquilo que eu considero um romance, de carácter intimista, desenvolvendo uma história de amor na qual uma viúva de um proeminente escritor vai reacendendo memórias da vida de ambos, guiada por “pistas” num jogo que a faz mover-se entre mundos paralelos: É também uma história acerca da tentação da loucura e da interacção afectiva entre irmãos. Todavia à medida que as páginas iam passando, ia-me familiarizando com esta nova forma (esquecendo, por vezes, que se tratava de King) acabando por terminar a leitura com verdadeiro prazer.
Ao finalizar a leitura de um livro, escrevo habitualmente, um pequeno comentário acerca do mesmo. Tem esse comentário o objectivo de, futuramente, me refrescar a memória em relação não só ao tema como também às impressões que me causou. Digamos que atribuo um complemento muito pessoal à sinopse.
Em relação à História de Lisey, embora já tenham passado uns quantos dias desde que terminei a sua leitura, ainda não consegui decidir-me acerca das impressões que realmente me deixou. Tendo entretanto lido algumas críticas bastante abonatórias feitas ao livro, nomeadamente a do New York Times em que o crítico compara até Stephen king (em relação a este livro) com James Joyce (disparatadamente na minha modesta opinião), fico com a ideia que, provavelmente, não o consegui entender pois mantenho a mesma ambiguidade de impressões.
Stephen King terá pretendido dar um salto qualitativo em termos literários, ou pelos menos fazer uma incursão por outros caminhos diferentes dos que habitualmente desenvolve. Provavelmente terá querido ultrapassar as amarras criadas pelo enorme sucesso que tem como escritor de obras de terror. Tê-lo-á conseguido, pelo menos em parte, ao revelar-se muito menos preocupado com o factor suspense sem que, contudo, abdicasse nunca dele. E é aqui que, no meu ponto de vista, reside uma certa ambiguidade. Ao pretender ir mais além, ficou preso às suas limitações, não de capacidades enquanto escritor mas às que advêm do facto de ser uma estrela do terror.
Diz-se até que terá criado um novo género literário, o thriller romântico...
Mas voltemos à “História de Lisey”. Este livro foi, para mim uma surpresa. Desde o início da sua leitura e à medida que ia progredindo, foi-me suscitando uma certa estranheza e talvez até alguma desilusão. Não conseguia atribuí-lo ao seu autor; não encontrava nele as “marcas” que caracterizam as obras de Stephen King (pelo menos as que eu conheço). Foi-se revelando aquilo que eu considero um romance, de carácter intimista, desenvolvendo uma história de amor na qual uma viúva de um proeminente escritor vai reacendendo memórias da vida de ambos, guiada por “pistas” num jogo que a faz mover-se entre mundos paralelos: É também uma história acerca da tentação da loucura e da interacção afectiva entre irmãos. Todavia à medida que as páginas iam passando, ia-me familiarizando com esta nova forma (esquecendo, por vezes, que se tratava de King) acabando por terminar a leitura com verdadeiro prazer.
Ao finalizar a leitura de um livro, escrevo habitualmente, um pequeno comentário acerca do mesmo. Tem esse comentário o objectivo de, futuramente, me refrescar a memória em relação não só ao tema como também às impressões que me causou. Digamos que atribuo um complemento muito pessoal à sinopse.
Em relação à História de Lisey, embora já tenham passado uns quantos dias desde que terminei a sua leitura, ainda não consegui decidir-me acerca das impressões que realmente me deixou. Tendo entretanto lido algumas críticas bastante abonatórias feitas ao livro, nomeadamente a do New York Times em que o crítico compara até Stephen king (em relação a este livro) com James Joyce (disparatadamente na minha modesta opinião), fico com a ideia que, provavelmente, não o consegui entender pois mantenho a mesma ambiguidade de impressões.
Stephen King terá pretendido dar um salto qualitativo em termos literários, ou pelos menos fazer uma incursão por outros caminhos diferentes dos que habitualmente desenvolve. Provavelmente terá querido ultrapassar as amarras criadas pelo enorme sucesso que tem como escritor de obras de terror. Tê-lo-á conseguido, pelo menos em parte, ao revelar-se muito menos preocupado com o factor suspense sem que, contudo, abdicasse nunca dele. E é aqui que, no meu ponto de vista, reside uma certa ambiguidade. Ao pretender ir mais além, ficou preso às suas limitações, não de capacidades enquanto escritor mas às que advêm do facto de ser uma estrela do terror.
Diz-se até que terá criado um novo género literário, o thriller romântico...
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