Devo dizer que o Pai Natal cá de casa foi deveras generoso comigo em relação aos presentes que recebi. Aliás é já um hábito, sou uma Gata muito mimada!
Mas, é em relação a um destes presentes que me apetece divagar um pouco apenas pela razão de ter sido causador de um momento de raríssima elegância protagonizado por mim.
O presente em questão trata-se de um par de sapatilhas ou ténis (1) especialíssimas para “woman training” que me foram oferecidas com o propósito específico de aligeirar as longas agruras das minhas manhãs no ginásio.
Que gentileza! Que atenção! E que lindas são as ditas sapatilhas!
Terminados que estão os festejos natalícios, há que regressar ao healthclube e retomar todas aquelas actividades deprimentes com vista a perder os milhões de calorias ingeridas em tão curto espaço de tempo.
Como o que tem de ser tem muita força, lá fui eu a uma aula de cardiofitness, orgulhosamente calçada com as ditas sapatilhas, reluzentes e prontas a ajudar-me (assim era esperado).
Começa a aula e há que, ao som de uma música de forte batida, saltitar, balançar, cruzar a perna pela frente, cruzá-la agora por trás, flectir, distender, bater palmas, eu sei lá!... Enfim uma coreografia digna de atletas olímpicos. E lá estava eu mais as minhas novas sapatilhas a dar o nosso melhor num esforço conjunto digno de nota.
Tudo parecia correr mais ou menos bem embora já quase não tivesse bem a consciência do que estava a fazer (dada a falta de oxigenação no cérebro, nada de novo), quando, de repente, eis que entorto um pé e me sinto a cair abaixo das sapatilhas!
Para não fazer uma entorse que poderia ser desagradável, num acto reflexo, deixei-me tombar executando um elegante voo digno, quiçá, de uma Margot Fontaine, aterrando de forma ainda mais elegante com os joelhos a bater estrondosamente no chão do ginásio.
A Prof, assustada, com o barulho, suponho e intrigada com o meu desaparecimento do seu campo visual, lança-se em corrida julgando que, finalmente, havia conseguido o seu objectivo oculto: que uma de nós estriquinasse (palavra fabulosa que a minha filha me ensinou, tinha que a usar embora não tenha a mais pequena ideia de qual seja a sua grafia).
E lá estava eu, agarrada às fabulosas sapatilhas, desapertando os cordões, ou atacadores (2), magoada, sobretudo no meu ego embora os meus joelhos não se deixassem também ignorar, ao mesmo tempo que me indagava das verdadeiras razões da oferta das mesmas: seriam elas para me facilitar o workout ou exterminadoras implacáveis?!
Estaria eu envolvida numa maquinação maléfica cujo objectivo seria fazer-me estriquinar (cá está novamente, simplesmente fantástica!)? É que as sapatilhas têm um piso ainda bem altinho, sei lá, aí uns 3 cm! Dá uma valente queda!
Pelo sim e pelo não continuei a aula descalça tendo-as colocado a uma distância confortável dos meus pés. É que o seguro morreu de velho!!!
Notas
1) Interessante esta forma de dar nome de modalidade desportiva a um tipo de calçado. Quase tão bom como chamar cimbalino ou bica ao cafézinho delicioso coberto daquela espuminha... ou picheleiro ao homem que trabalha nas canalizações...
2) Tão interessante como os exemplos anteriores e tão a propósito: atacadores ou cordões? Seguramente atacadores neste caso específico, sapatilhas não fiáveis...
Mas, é em relação a um destes presentes que me apetece divagar um pouco apenas pela razão de ter sido causador de um momento de raríssima elegância protagonizado por mim.
O presente em questão trata-se de um par de sapatilhas ou ténis (1) especialíssimas para “woman training” que me foram oferecidas com o propósito específico de aligeirar as longas agruras das minhas manhãs no ginásio.
Que gentileza! Que atenção! E que lindas são as ditas sapatilhas!
Terminados que estão os festejos natalícios, há que regressar ao healthclube e retomar todas aquelas actividades deprimentes com vista a perder os milhões de calorias ingeridas em tão curto espaço de tempo.
Como o que tem de ser tem muita força, lá fui eu a uma aula de cardiofitness, orgulhosamente calçada com as ditas sapatilhas, reluzentes e prontas a ajudar-me (assim era esperado).
Começa a aula e há que, ao som de uma música de forte batida, saltitar, balançar, cruzar a perna pela frente, cruzá-la agora por trás, flectir, distender, bater palmas, eu sei lá!... Enfim uma coreografia digna de atletas olímpicos. E lá estava eu mais as minhas novas sapatilhas a dar o nosso melhor num esforço conjunto digno de nota.
Tudo parecia correr mais ou menos bem embora já quase não tivesse bem a consciência do que estava a fazer (dada a falta de oxigenação no cérebro, nada de novo), quando, de repente, eis que entorto um pé e me sinto a cair abaixo das sapatilhas!
Para não fazer uma entorse que poderia ser desagradável, num acto reflexo, deixei-me tombar executando um elegante voo digno, quiçá, de uma Margot Fontaine, aterrando de forma ainda mais elegante com os joelhos a bater estrondosamente no chão do ginásio.
A Prof, assustada, com o barulho, suponho e intrigada com o meu desaparecimento do seu campo visual, lança-se em corrida julgando que, finalmente, havia conseguido o seu objectivo oculto: que uma de nós estriquinasse (palavra fabulosa que a minha filha me ensinou, tinha que a usar embora não tenha a mais pequena ideia de qual seja a sua grafia).
E lá estava eu, agarrada às fabulosas sapatilhas, desapertando os cordões, ou atacadores (2), magoada, sobretudo no meu ego embora os meus joelhos não se deixassem também ignorar, ao mesmo tempo que me indagava das verdadeiras razões da oferta das mesmas: seriam elas para me facilitar o workout ou exterminadoras implacáveis?!
Estaria eu envolvida numa maquinação maléfica cujo objectivo seria fazer-me estriquinar (cá está novamente, simplesmente fantástica!)? É que as sapatilhas têm um piso ainda bem altinho, sei lá, aí uns 3 cm! Dá uma valente queda!
Pelo sim e pelo não continuei a aula descalça tendo-as colocado a uma distância confortável dos meus pés. É que o seguro morreu de velho!!!
Notas
1) Interessante esta forma de dar nome de modalidade desportiva a um tipo de calçado. Quase tão bom como chamar cimbalino ou bica ao cafézinho delicioso coberto daquela espuminha... ou picheleiro ao homem que trabalha nas canalizações...
2) Tão interessante como os exemplos anteriores e tão a propósito: atacadores ou cordões? Seguramente atacadores neste caso específico, sapatilhas não fiáveis...
2 comentários:
...noticias em 1ª mão...
o Thoth emigrou (definitivamente)... e em Janeiro, regressará com novas coisas e novos horizontes (quem sabe com outro nome)...
obrigada pelos votos de um bom ano novo, e já agora aproveito para te desejar, um maravilhoso 2008, cheio de saúde, paz e magia!!!
Até breve...fica bem...
Minha querida,
Como dizia Fernando Pessoa: "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena"; porém...
Como diz o Zé Povinho: "Quanto maior o salto, maior a queda".
Que belo presente de "grego", além de insinuarem que terias ganho uns quilinhos nas festas de fim de ano, ainda lhe passaram uma rasteira. Mas não há de ser nada, quem nasceu para brilhar nunca desce do salto quinze.
Beijinhos e muito obrigado pela grande amizade. Como você sabe, quando crescer quero ser igual a você.
Enviar um comentário