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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Armadilhada!


Esclarecimento que se impõe. Este corpo que se vê na imagem não é o meu, vê-se pelo descuido no que respeita à depilação.... apenas o aparato é semelhante e é aquela coisa do braço que incha! É lindo de ver!!!!!

Meus amigos, encontro-me armadilhada. Tenho uma cinta no braço, uns fios colados entre o peito e as costas e um aparelho à cintura que apita a intervalos regulares. E é nessa altura que o meu braço começa a inchar drasticamente por sob a camisa e a produzir ruídos estranhos até que, num sopro lento, volta a diminuir o volume, terminando por fim os zumbidos.

É também nessa mesma altura que, embora dissimuladamente, pois finjo (e tento, a sério, tento mesmo) que não tiro os olhos do livro que mantenho aberto em frente a mim, muito bom por sinal, “A consciência de Zeno” de Italo Svevo, que observo os vizinhos de viagem (venho de Metro), sobretudo o que se senta a meu lado.

É de ir às lágrimas e, só com muita dificuldade e a ajuda do tal livro consigo não me desmanchar. É que o senhor fixa os olhos no braço os quais se vão arregalando ao mesmo tempo e na mesma medida que se vai produzindo o já referido inchaço. Julgo que, num acto reflexo, chega-se mais para junto da janela ou seja, distancia-se o mais possível de mim. Calculo que por momentos lhe passa pela cabeça que eu irei explodir. Sei lá… um qualquer elemento da Al Qaeda, em loiro, agindo contra o imperialismo norte-americano em pleno Metro do Porto. Porque não? Assim, tudo faz para aumentar a distância que nos separa o que consegue aí cerca de 6 a 7 cm.

Convenhamos que não é lá muito para quem, na minha imaginação, se julga em tão grande risco. Na certeza, porém, que foi o suficiente para me proporcionar uma posição mais cómoda…

A verdade é uma só. Embora visivelmente desconfortável, não perdeu a pose e não deixou o seu lugar até à estação onde, presumo eu, deveria sair. A qual, por acaso, apenas por acaso, foi logo a primeira onde parámos após o extraordinário fenómeno por ele observado.

Já da porta, ainda me lançou uns olhares desconfiados mas não teve qualquer outra atitude que me pusesse em risco.

Devo ter-lhe parecido pessoa de confiança embora…armadilhada, pronto!

5 comentários:

Anónimo disse...

De ir às lágrimas. O que eu me ri!!!!

Donagata disse...

Confesso que eu nem sei como consegui não o fazer abertamente. Tive receio de ofender o senhor. O livro ajudou bastante, também.Se formos a ve são mesmo úteis em qualquer situação.

BCas disse...

Oi DonaGata.
Tadinho do senhorinho. Deve ter pensado numa "mulherbomba" prestes a explodir... kkkkk .
Beijocas de Elisabeth

Donagata disse...

E estava Elisabeth, pronta a explodir de riso. Contudo lá me contive.

beijos.

Cristina Loureiro dos Santos disse...

Lolol