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terça-feira, 24 de julho de 2007

Ponto de Cruz

E aqui estou eu, após uma vida de intensa e aliciante actividade profissional exercida com empenho e,posso dizê-lo, com muita paixão, com tempo livre!...
Tempo para poder fazer tudo aquilo que a sua falta (do tempo) me impedia e que eu queria tanto! Mas querê-lo-ia assim tanto? Ou seria precisamente essa impossibilidade de realizar um determinado número de actividades que as tornava tão aliciantes?!
O que eu ansiava por conseguir ler, ainda hoje, aquela centena de páginas finais daquele livro que tanto me prendia..... O que me apetecia ir fazer aquela aulinha de natação com o professor divertido e colegas simpáticas.... Os desejos que tinha de passar uma manhã calma, numa grande livraria, manuseando e inalando os odores dos livros que ainda gostaria de ler....Que bem me saberia passar um pouco de uma tarde, calmamente, tomando um café (um cimbalino, claro) numa esplanada junto ao mar... E experimentar pintar?.... E ver aquela série fantástica que dá naquela hora impossível?... E o ponto de cruz?!....
Pois é , consegui, finalmente, dar resposta a todas esses anseios. Tenho saboreado esses pequenos prazeres com enorme gulodice. E se é verdade que já nenhuma dessas coisas tem a premência que lhe conferia a impossibilidade, é também verdade que o facto de poder escolher entre hipóteses tão agradáveis, me faz bem, me enche a alma e me completa os dias. Sinto que mereço esses mimos . Conquistei-os .
O ponto de cruz, esse dos bordados, bem... experimentei, tentei, voltei a tentar... Enfim, não é a minha onda. Então, recomeço, e aqui estou eu a entrelaçar linhas, a combinar letras, a organizar palavras que se conjugam em frases, enfim, a cruzar pontos... mas dos de vista.