
Términos de auto-estrada.
Em frente, espraia-se uma fita cinzenta, desbotada
em que o asfalto, gasto, se abre em feridas pungentes.
E torce-se, e vira-se e arrasta-se num subir sem fim
para depois, pela encosta, tombar desanimada.
Fugazes memórias se acendem em mim.
Cheiros subtis, cores feéricas, sons dolentes
acordam sensibilidades esquecidas, atiçam a chama apagada.
Términos da estrada amarga.
Espera-nos uma sala oprimente,
triste, embora repleta de gente.
Um odor forte que se escapa dos corpos,
dos xailes negros, dos cabelos molhados.
Um lamento contínuo que se ouve e se sente.
E, no meio, rodeado de flores de caules mortos,
um corpo repousa num esquife.
Términos da vida.
Sem comentários:
Enviar um comentário