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Quarta-feira, dia 14, às 21h30
“BORDAR A VIDA” APRESENTADO NO LABIRINTHO BAR
“Porque a vida é composta de um conjunto de imponderáveis,
devemos procurar tecer os pontos e os nós com que a vivemos,
aqueles a que nos é dado intervir, com toda a sensibilidade e mestria.”
Celeste Pereira
O Labirintho Bar apresenta, esta quarta-feira, dia 14, pelas 21h30, em mais uma “Noite de Poemia”, o livro “Bordar a Vida”, da autoria de Celeste Pereira, uma edição do selo edita-me.
Danyel Guerra fará a apresentação do livro bem como da autora.
As leituras estarão a cargo de José Carlos Tinoco, de Ruth Ministro, e da própria Celeste Pereira.
A sessão será musicalmente animada pela actuação do pianista Pedro Lopes.
No final, a autora (eu) estará disponível para autógrafos.
Sentada no banco comprido de madeira escura,
igual aqueles em que na infância assistia à eucaristia,
estava.
À minha volta uma nave comprida, sóbria, fria,
estende os seus granitos.
E eu estou.
Apenas estou.
De súbito o arrepio começa e cresce.
Cresce como crescem os acordes dos violinos
ao introduzirem uma belíssima “Ave Maria”.
E permaneço.
Arrepiada, atónita, pareço acordar de um torpor.
E atento na causalidade dos sentimentos
(ou na sua casualidade, talvez).
Já não estou apenas, exulto,
sinto que tropeço numa intensa história de amor.
Um homem, uma mulher,
dois pares de olhos brilhantes,
cinquenta anos de magia e um sopro de eternidade.
Como gosto de histórias com final feliz!
Terminado que está o período de ressaca, (a tal provocada pelo lançamento do livro que, digo-vos eu, nem imaginava que pudesse acontecer), passei a outro muito menos interessante, é certo, de mais cuidado, seguramente, mas nem por isso menos incapacitante e muito mais exigente: o de enfermeira a tempo inteiro.
É que, imaginem, a minha filha, criança para os seus vinte e sete aninhos, está com varicela!
Pois, é doença de infância é certo, mas não tenho culpa que, aqui por casa, as infâncias se prolonguem até idades tão serôdias.
É uma doença benigna, eu sei. Mas quando dá nestas infâncias tardias, também é certo que pode ser muito agressiva nos sintomas, bem como pode também transportar um “pacote” de problemas subsidiários dispensáveis por preocupantes.
E “esta praça”, em vez de se sentar aqui em frente ao seu portátil, a responder, toda babada, às muitas mensagens de simpatia de que tem vindo a ser alvo, não…
Ora controla a temperatura da criança (não vá o diabo tecê-las), ora fiscaliza a tosse e eventual falta de ar, ora pincela borbulhas com betadine (artisticamente, diga-se. Provavelmente a minha vocação verdadeira, mesmo a sério, está ainda por descobrir. Virei a ser body painter???), ora inventa apetites de refeições para a menina não enfraquecer mais ainda e, reparem só, ainda antes de tudo isto, providenciou com todo o seu saber o serviço de catering para uma semana de filmagens que a produtora de que a cachopa faz parte, está a concretizar lá para as bandas do Gerês e do Soajo.
E olhem que foi comidinha para os restantes sócios, actores, maquilhadores, técnicos de som e sei lá que mais…
E eu aqui. Preocupada, sem saber muito bem o que fazer, sem vontade (se não considerar esta de trepar pelas paredes…) para coisíssima nenhuma.
E “prontos”. Sai isto!