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sábado, 13 de fevereiro de 2010

Hoje estou mais rica…

Hoje estou mais rica…

Ontem tive um dia verdadeiramente profícuo no que diz respeito ao meu, sempre subjacente desiderato, de me tornar uma pessoa mais ilustrada.

Não que tenha, de algum modo, coberto este corpinho de musa serôdia com ilustrações tatuadas, a torto e a direito, pela sua vastidão. Mas porque assisti e participei em dois eventos culturais deveras agradáveis que me proporcionaram um “apport” cultural muito interessante.

Começarei pelo segundo, porque eu sou assim e uns dias mais do que outros não gosto de seguir regras. Mas ainda porque o segundo foi aquele em que de facto participei fazendo aquilo que, julgo eu, sei fazer; ler poemas.

Ontem, pelas 21,30 fui ajudar numa apresentação do primeiro livro de poemas de um GRANDE amigo meu, César Augusto Romão. “Tanto ar” da “Propagare” Editora.

Quem por aqui vai passando sabe, certamente, que não comento poesia.

Sinto poesia! E dependendo da forma como a sinto, gosto ou não gosto.

Um mesmo livro de poemas pode conter algum que me preenche inteiramente os sentidos, que amo, e os restantes a suscitarem-me maior ou menor indiferença, repulsa até.

Porém, este livro constituído por pequenos poemas, alguns mesmo algo epigráficos, teve o condão de me afagar os sentidos acordando-os de forma doce, simples, despretensiosa, pueril até, mas bela, serena e inocente.

É verdade que se trata da obra de um amigo meu e, por isso, seguramente não consigo a isenção necessária para uma análise fria. Poder-se-á dizer que “estou comprada”.

A apresentação propriamente dita esteve a cargo do comunicador fabuloso que é Danyel Guerra.

Viajou um pouco através da história da poesia, enalteceu características, deixou desafios, interagiu com o auditório, numa intervenção de elevadíssima craveira cultural onde muito pôde ser aprendido (sem nunca ter perdido o tom coloquial que o caracteriza) que, no meu ponto de vista, pecou apenas pela tendência para a divagação perdendo-se, por vezes, do objectivo principal; falar da poesia do César.

O evento teve lugar no “Sputnik”, associação cultural localizada no Marquês do Pombal, no Porto.

Excelentes, a meu ver, e de uma importância determinante, as vozes da Olga e do Carlos Lopes que me coadjuvaram na leitura dos poemas.

Quanto ao outro evento, que aconteceu antes deste, devo dizer apenas que tive uma das melhores lições de história da literatura de que tenho memória.

Foi na FNAC e foi a apresentação do livro de Danyel Guerra (não voltem atrás, não é necessário, é o mesmo sim senhor…) “Tomás Gonzaga Em busca da musa Clio”.

Em relação a este, obviamente que não vou tecer considerações. Ainda não o li.

Agora algumas coisas posso já dizer em relação à sua publicação. É curioso que haja um interesse real pela reabilitação de alguns dos nossos poetas clássicos que caíram, literalmente, no mais profundo esquecimento.

Aliás, se eu perguntar agora mesmo alguém sabe de quem se trata? Pois é. Poucos… E sempre os mesmos… Sabem que é poeta porque, se leram com atenção, eu já o disse ali atrás. Contudo não vos dirá nada.

Se é certo que ele passou uma grande parte da sua vida no Brasil onde provavelmente foi mais produtivo em termos literários (e, curiosamente, onde está muito bem estudado fazendo até parte dos currículos escolares) a verdade é que nasceu no Porto, é português e, na boca de quem sabe (Vitorino Nemésio, por exemplo) um dos precursores do romantismo por algumas das características evidenciadas na sua obra de referência “Marília de Dirceu”.

Bem, mas isso eu até já sabia, agora não vos conto o que eu aprendi com, como já referi, a excelente aula dada pelo Danyel que fez um périplo por toda a poesia desde os clássicos, ao movimento árcade, aos românticos, até aos contemporâneos exibindo, despudoradamente, todo o seu saber e todo o seu amor pela literatura sobretudo pela poesia.

E, acreditem ou não, ficaria com todo o gosto e sem qualquer enfado, toda a tarde cavaqueando (porque é assim que o Danyel está perante quem o ouve) acerca destes temas literários e históricos. E não. Não sou sádica!

É verdade. Embora possivelmente traumatizada para todo o sempre e derrubada pela minha pequenez (comparativamente falando), ontem tornei-me uma pessoa muito mais rica.

4 comentários:

Anónimo disse...

Mas faltou à hidroginástica ;)

Donagata disse...

Não se pode ter tudo, não é?

BCas disse...

Oiii. A hidroginástica não deixará de borbulhar, mas o conhecimento é inestimável e imperdível.
A tempo... adoro esportes aquáticos seguros e confortáveis como hidroginástica e natação de academia.Beijocas de Elisabeth
PS: Estou com blog novo escondidinho nas saias do Perfumes Bighouse.Relatos modestos, sem pretensões literárias, só para amigos.Passe para um cházinho...

Donagata disse...

Passarei, claro.