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terça-feira, 17 de agosto de 2021

Oração a que faltam joelhos de Jacinto Lucas Pires



 

        Acabei de ler este livro que me deixou com sentimentos, se não contraditórios, pelo menos algo ambíguos. 

        Em primeiro lugar quero dizer desde já que gostei muito do livro. Gosto muito do tipo de escrita e da forma como se vão desenrolando as imagens ora cruas, ora poéticas,  pejadas de metáforas simples mas tremendamente eficazes, que vão povoando o pensamento de Kate Souza e, consequentemente, criando “o livro”.

        Gostei das personagens que achei bastante consistentes se bem que algumas me tenham parecido apenas delineadas. Pareceram-me até alvo de uma certa displicência; apareciam, tinham o seu papel na história, ganhavam consistência e depois eram quase que deixadas à sua sorte. 

         Um pouco paradoxal esta impressão que eu tive. 

Dito isto, a verdade é que, provavelmente, irei lê-lo outra vez. 

Não posso dizer que não o tenha compreendido e apreciado. Mas, sendo um livro de escrita não linear, exigente, em que o pensamento aparentemente desordenado da protagonista/ narradora se desenrola misturando tempos e locais embora sem perder a profundidade do que diz, fiquei com a sensação que poderei tirar mais do livro; poderei compreendê-lo melhor.

       Considero este livro uma boa estreia do autor. Nunca havia lido nada de Jacinto Lucas Pires e, talvez por isso não estivesse à espera de uma escrita tão elaborada e tão exigente, mas, seguramente, irei reincidir.

Gostei.

 

2021-08

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