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segunda-feira, 25 de abril de 2011

“As Duas Sombras do Rio” de João Paulo Borges Coelho

Foi o primeiro livro que li deste autor moçambicano. Já tinha ouvido o seu nome ligado a um prémio literário, prémio Leya, julgo eu, e, talvez por isso, tenha tido curiosidade em o ler.

Pois bem, encontrei um livro muito bem escrito e interessante na história que conta. Mais propriamente no intrincado de várias histórias de várias pessoas pertencentes a populações residentes nas margens desse majestoso rio que é o Zambeze no local em que o Aruângua com ele conflui. Aí mesmo onde ele irrompe por Moçambique dividindo um norte mais feminino, mais sábio, ligado à serpente de um sul mais masculino, mais fogoso, ligado ao leão.

E tudo começa no dia em que Leónidas Mtsato é encontrado desmaiado porque, segundo os curandeiros nele se trava uma luta entre estes dois espíritos. Nele que tem nome de leão e apelido de serpente.

A partir daí as histórias vão-se sucedendo num intrincado que não obedece nem a hierarquias de tempo nem de espaço, nem sempre muito perceptível a meu ver.

Vamos passando pela guerra civil tendo as perspectivas de todos os intervenientes; pela vivência quotidiana destas populações pobres e o seu relacionamento com os dois países muito juntos de si, a Zâmbia e o Zimbabué; pelas suas crenças e a forma como estão ligadas por um lado à natureza por outro a um mundo mágico muito próprio.

Bom, não posso dizer que não tenha achado um livro agradável e que não o tenha lido com agrado. Contudo não encontrei nele o suficiente para o considerar um grande livro. A verdade é que não provocou em mim aquele entusiasmo!

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