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domingo, 9 de janeiro de 2011

“A Tia Júlia e o Escrevedor” de Mário Vargas LLosa

Penso que o livro é autobiográfico na sua linha principal de enredo. Varguitas umas vezes, Marito, outras, será Mário Vargas Llosa, estudante e já escrevedor. A tia Júlia será (?) a sua primeira mulher Júlia Llanes.

Mas, quer seja quer não, trata-se de uma belíssima história de amor entre um jovem estudante, sem uma vida ainda definida e uma mulher madura, divorciada e sua tia, se bem que apenas por afinidade. Desta espera-se o bom senso de arranjar um novo marido conveniente…

Contudo as coisas não correm bem assim e vai-se desenrolando um difícil romance entre os dois. Porém, à medida que vamos acompanhando o alvor desses amores, vamos sendo confrontados com capítulos de histórias que vão cruzando esta e que não parecem ter a ver com nada.

Vem-se a entender que, esses capítulos, com esses personagens aparentemente outsiders, são capítulos das várias rádio novelas que um dos personagens tão bem escreve.

À medida que se vão adensando os amores de Varguitas e Julita, vão-se também enredando as outras histórias tornando-se a dada altura tão misturadas e tão complexas que é já muito difícil saber quem é quem, mesmo para o autor…

O romance segue o seu curso e as novelas têm todas desfechos fenomenais de tão rocambolescos.

Esta forma de organizar a prosa associada a uma linguagem colorida se bem que simples torna o livro extremamente apelativo.

A ler.

3 comentários:

Chatwinesque disse...

Também gostei muito, como aliás de muitos de quase tudo o que li de Mario Vargas Llosa. O melhor, na minha opinião, é A Guerra do Fim do Mundo, e o mais divertido Pantaleão e as Visitadoras. Recomendo!

Donagata disse...

Também já li alguns dele. Por acaso os dois que referes ainda não li. Mas já tenho em casa, para ler, Pantaleão e as Visitadoras.

Tiago M. Franco disse...

Também gostei bastante. Não está ao alcance de muitos fazer a critica que Vargas Llosa faz com está obra. É certamente um livro que me vou recordar várias vezes ao longo da minha vida. Além de ser difícil de parar de ler, (pela forma como a história é contada) o livro vale sobretudo por aquilo que questiona.