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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Parabéns Miguel







Que pena tenho 
de hoje me fugirem as palavras.
E também não encontro 
o seu lugar nas linhas
para as pousar.
As metáforas entardecem,
e a sintaxe embaraça-me os dedos...

É que,
se eu hoje encontrasse as palavras,
se as conseguisse pousar
de forma a fazerem sentido,
se as metáforas se acendessem,
se a precária geometria das frases
não se pintasse de contornos tão vagos
então contaria
como o mar se arredondou
em ondas gordas, quentes e maduras,
como se perfumaram os sons,
como se coloriram as vozes,
como soletrei os teus dedos um a um
em toques de ternura
como me incendiaste os futuros
num simples bater de pestanas. 
Como tudo ficou no seu lugar...
No dia em que nasceste.
Celeste Pereira
2015-08-10

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