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sábado, 22 de fevereiro de 2014

Hoje Não


Não te aproximes hoje,
não te (re)conheço,
não quero mesmo saber o que vejo.
Deixa-me aqui só,
apenas eu e as minhas realidades esdrúxulas,
eu e os meus silêncios de tule,
eu e a minha lentidão de nuvem,
eu e esta sede de mais, de sempre mais,
eu e este desassossego que me ausenta.
Não te aproximes hoje
não saberia o que te dizer,
não saberia como te olhar.
Deixa-me ficar aqui,
só eu e esta escuridão insuportavelmente clara,
eu e a minha insanidade sóbria,
eu e esta imbecilidade gorda,
eu e as minhas confusões bastantes,
e os tules em silêncio…
e as nuvens vagarosas…
e a sede… e a inexistência…
Não te aproximes hoje.
Hoje não.
Não posso.

Hoje quero a lonjura do mar!

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