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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

“A Espuma dos Dias” de Boris Vian

Li ontem um dos livros que me provocou um maior leque de emoções num tão curto espaço de tempo de leitura.

Quando o comecei, estranhei-o.

Fui confrontada com uma escrita inteiramente metafórica, rica em non-sense, em ironia, em crítica cáustica, em sarcasmo mas também eivada de um humor ingénuo que, no meu ponto de vista, apesar do dramatismo da história, ajuda a dar corpo ao romance.

Aqui, a ordem do universo era inteiramente diferente. Imperavam as leis da causalidade. Seres vivos e seres inanimados interagiam. Os objectos reagiam aos estados de ânimo dos personagens. Para mim, leitora, eram o melhor barómetro do drama que se ia desenrolando… Um mundo encantado e de encantos.

Como disse, estranhei-o. Depois, como profere essa velha frase mais do que batida, entranhou-se. E fê-lo de tal forma que não o consegui largar antes de lhe ler o fim.

Um livro belíssimo.De leitura ligeira, leve como uma melodia simples. Uma das mais belas histórias de amor que li.

Será que existe amor em excesso?

Será que nos converte em espuma de nós?

Tive a sorte, julgo eu, de o ler numa tradução muito cuidada, cheia de notas de rodapé, que nos permite não perder a riqueza dos trocadilhos de linguagem a que o autor faz constante recurso.

Foi um presente de Natal e, seguramente, um daqueles que nunca esquecerei.

A ler.

2 comentários:

Mar Arável disse...

De facto

um belo desafio

Bj

Chatwinesque disse...

Li A Espuma dos Dias há muitos anos, e lembro-me de que foi uma verdadeira revelação, um livro belíssimo. Ainda recordo como me impressionou a descrição da doença e morte de Cloé.