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domingo, 12 de agosto de 2012

O Meu Poema

Aguarela da série "Mascaras" de Miguel Ministro

Por vezes as palavras demoram a acordar.

Depois, surgem sem chama, inócuas, desnecessárias.

Negam-se a fazer sentido.

Não me lêem. Não me adivinho nelas.

Preciso de as iludir, de as rasgar, de lhes arrancar as máscaras,

de lhes soprar os fumos, as névoas, o que nelas é breve.

De as soltar dos silêncios aparentemente anódinos

e obrigá-las a estar aqui sem limite, audazes, maliciosas, incendiadas

e então, só assim, poderá nascer o meu poema.

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