(Imagem: "Espelho falso" de René Magritte)
Olho para o espelho, de manhã.
E subitamente,
como quem acorda de um marasmo,
reparo que este me devolve uma imagem
que não conheço, com que pasmo,
que não é a minha, seguramente.
Não é aquele rosto envelhecido
que veste a minha essência;
que reflecte o meu sentir,
que retrata o meu fulgor,
a minha força, a minha exuberância,
a minha crença na vida, na alegria, no amor.
Eu não sou aquele vulto amarrotado,
de olhar triste, velado,
descrente, com ar de dor.
Eu,
eu estou viva!
Donagata em 2009/03/15
6 comentários:
Bonito, simplesmente bonito! Porque havemos de envelhecer por fora e por dentro, a nossa alma se mantém jovem com sentires de criança, outras vezes de adolescente e, outras vezes, ainda jovem apaixonada que ainda sonha com o impossível?...
Pois, porquê?
Somos mais por dentro do que por fora. E talvez o que está por dentro possa transformar o que vemos por fora.
Ás vezes gosto de me convencer que sim...
beijos.
Mas quem é que envelheceu aqui? Olhar triste? Velado? Ai que eu entrei na twilight zone... É que a Donagata que eu conheço, tem um ar jovial e fresco, um olhar doce e sedutor e um rosto sempre sorridente!
De qualquer forma, gostei muito do poema, ainda que seja uma grande trafulhice...zzz zzz zzz
Beijinhos, muitos e muitos :)
Isso é porque nunca me viu ao acordar.
Só começo a trafulhar depois do pequeno almoço!
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