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domingo, 15 de março de 2009

Espelho


(Imagem: "Espelho falso" de René Magritte)

Olho para o espelho, de manhã.

E subitamente,

como quem acorda de um marasmo,

reparo que este me devolve uma imagem

que não conheço, com que pasmo,

que não é a minha, seguramente.

Não é aquele rosto envelhecido

que veste a minha essência;

que reflecte o meu sentir,

que retrata o meu fulgor,

a minha força, a minha exuberância,

a minha crença na vida, na alegria, no amor.

Eu não sou aquele vulto amarrotado,

de olhar triste, velado,

descrente, com ar de dor.

Eu,

eu estou viva!

Donagata em 2009/03/15

6 comentários:

Anónimo disse...

Bonito, simplesmente bonito! Porque havemos de envelhecer por fora e por dentro, a nossa alma se mantém jovem com sentires de criança, outras vezes de adolescente e, outras vezes, ainda jovem apaixonada que ainda sonha com o impossível?...

Donagata disse...

Pois, porquê?

Anónimo disse...

Somos mais por dentro do que por fora. E talvez o que está por dentro possa transformar o que vemos por fora.

Donagata disse...

Ás vezes gosto de me convencer que sim...

beijos.

ruth ministro disse...

Mas quem é que envelheceu aqui? Olhar triste? Velado? Ai que eu entrei na twilight zone... É que a Donagata que eu conheço, tem um ar jovial e fresco, um olhar doce e sedutor e um rosto sempre sorridente!

De qualquer forma, gostei muito do poema, ainda que seja uma grande trafulhice...zzz zzz zzz

Beijinhos, muitos e muitos :)

Donagata disse...

Isso é porque nunca me viu ao acordar.

Só começo a trafulhar depois do pequeno almoço!