Rodo o copo que ergo da mesa.
Com ele rodam três pedrinhas de gelo
que tilintam em tremuras de virgem
naquele fluido
esbranquiçado que as afoga.
Lá fora busco uma sugestão de azul,
de amarelo ou de rosa que me perfumem a alma.
Porém, não azul, não amarelo, não rosa.
Apenas um quadro desbotado,
uma silhueta de angústias que se acinzenta
sob a surdez escarninha do ruído da chuva.
Baixo lentamente as pálpebras
numa tentativa de limitar esse mar
que se avoluma, se pregueia
e finalmente escorre lento
e mergulha no meu corpo,
líquido…
1 comentário:
Penso azul
sorvo.te
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