Li este livro há já uns meses largos. Mais precisamente, acabei de o ler no dia 21 de Outubro. A verdade é que tenho a data muito presente por tê-lo lido enquanto convalescia de uma inconsequente intervenção cirúrgica à qual fui submetida no dia 19. Claro que o li muito rapidamente. Na verdade não estava propriamente em condições de me ocupar com muitas outras coisas mas, ainda que não fosse esse o caso, teria sido um livro de leitura rápida pela sua envolvência.
E agora poder-se-á perguntar: se já o li há tanto tempo porque razão só agora aqui estou a deixar a minha opinião?
Pois isso deve-se à conjugação de dois factores.
Em primeiro lugar iniciei a leitura do livro no dia exacto em que apareceu nas bancas. Estava a passar um curto fim-de-semana em Cascais e vi-o na Bulhosa no dia 18 de Outubro. Calhou muito bem pois estava mesmo a acabar de reler o “Conhecimento do Inferno”. Era acabar um e começar logo o outro, boa!
Um grande erro. Nunca o havia feito e não aconselho ninguém a fazê-lo. É necessário algum tempo para digerir um livro de Lobo Antunes. Então depois, quando temos tudo bem claro na nossa cabeça, ou pelo menos o mais claro possível, aí sim poder-nos-emos abalançar para outro do mesmo autor. O melhor mesmo é ir lendo outros autores de premeio, ainda que não seja essa a vontade e depois, então, quando tudo estiver bem arrumado, pegar no próximo.
Como já disse, não o fiz. Acabei um e comecei de imediato o outro o que acabou por prejudicar bastante o partido que tirei da leitura do mais recente.
A expectativa que havia criado em torno dele era também enorme. Estava à espera de algo muito muito bom que francamente se distanciasse de tudo quanto até aqui havia lido de ALA, embora de ALA…
O que encontrei foi um livro abertamente autobiográfico (o que havia acabado de ler também o era embora focando outros momentos da vida do autor), em que tudo se passa num espaço temporal relativamente curto (no anterior também, mais curto, é certo) e o mesmo tipo de escrita fragmentada que havia encontrado, por exemplo no “Que cavalos são aqueles que fazem sombra no mar”, ou no “Arquipélago da Insónia”, ou em “O meu nome é legião” sem que, à partida, me parecesse trazer nada de novo a não ser o facto de ser mais fragmentada ainda.
Fiquei portanto um pouco desiludida. Não posso dizer que não tenha gostado, é certo. Mas também não posso dizer que me tenha impressionado da forma que esperava que o fizesse. Assim, fiquei sem vontade de deixar aqui, como é meu hábito, a minha impressão pois, para dizer a verdade, nem sabia muito bem que impressão me havia, de facto, deixado.
Deixei correr o tempo e bastantes livros pelo meio até que decidi repetir a leitura do citado livro.
Será então alvo do meu próximo “comentário”.
3 comentários:
Olá!
Posso citar o artigo?
Obrigado.
Ah, Já percebi. Li de baixo para cima. Sim, claro. E acha que este se justifica? Afinal não diz nada...
Também concordo, alem de ser o meu primeiro livro do autor, é daqueles livros que se lê e se fica a pensar neles alguns meses. A minha opinião sobre a obra é bastante boa. Acho que ouve partes que me passaram um pouco ao lado, mas aí a culpa não é do escritor, mas sim da minha capacidade de interpretação.
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