E, como sempre, cheguei em grande!
Como tudo havia corrido de uma forma excepcional durante todo o período de férias (cruzeiro, locais visitados, possibilidades de descanso bem como de divertimento) eis que, já chegados ao Porto, de desenrola o romance!
Tinha de haver um romance, bolas, eu estava lá!
Bom, lá chegámos. Muito bem-dispostos, muito deslumbrados, muito retemperados e essas coisas que é suposto estar após umas férias de sonho, quando nos apercebemos que, nenhuma da nossa bagagem tinha vindo connosco. É compreensível, na realidade nós também teríamos preferido ficar, mas a verdade é que não podia ser e tínhamos lá todos os nossos pertences.
Enfim, nada que não possa acontecer ou até que não nos tenha já acontecido.
Dirigimo-nos ao gabinete de perdidos e achados e, depois de aguardarmos um pouco, lá fomos (isto é, o meu marido foi, que nestas coisas compete e fica sempre bem ser o varão a tomar as rédeas da coisa enquanto eu aguardava uns passitos atrás como é bonito e convém) participar o extravio.
Tudo decorreu normalmente até ao momento em que a menina perguntou se queríamos ir lá buscar a bagagem ou que nos fosse entregue. Obviamente que optámos pela segunda hipótese ao que a referida “menina” retrucou que, nesse caso, só poderia ser entregue no dia seguinte (eram ainda 16 h e presumia-se que a bagagem chegasse no próximo avião vindo de Lisboa). Ora, uma vez que o meu marido havia ouvido a resposta dada ao anterior reclamante a quem tinham dito que receberia a bagagem ainda no próprio dia no hotel, quedou-se atónito, primeiro e, quando acordou, perguntou à funcionária porque é que os nossos pertences seriam entregues apenas no dia seguinte. A “flausina”, afivelou um ar ainda mais displicente e enfastiado do que aquele que até aí tinha ostentado e respondeu serem estas as normas sem excepções:
Hotéis – entrega no próprio dia
Casas particulares – entrega no dia seguinte
O meu marido, ainda cheio de paciência e de boa educação, tentou ter uma conversa com a “mulher” no sentido de tentar perceber a lógica da coisa ou então de lhe demonstrar quão absurda lhe parecia a situação uma vez que também nós tínhamos toda a bagagem extraviada o que nos traria grande transtorno. A “moçoila” lá ouviu (ou fez de conta) e, com o já normal ar entediado de “quero lá saber disso para alguma coisa, desampara-me mas é a loja” respondeu:
- o senhor tem de decidir; ou vem buscar, ou entregamos hoje num hotel ou amanhã em casa.
Aí, o meu marido “passou-se dos carretos” (fiquei toda contente pois costumo ser eu) e disse:
- Então quero que a bagagem me seja entregue hoje no Hotel…. em Esposende…
Convém aqui fazer um pequeno parêntesis para quem não é do norte. É que o aeroporto situa-se entre a Maia e Matosinhos e eu vivo na Maia. O hotel em questão é em Esposende que é já a meio do caminho entre o Porto e Viana do Castelo… Bem, consultando um simples mapa é fácil de ver a razão pela qual quase me dava uma coisinha má.
A incompetente mulher, manteve o seu ar de indiferença, tomou nota do local, entregou a cópia e lá viemos embora, ambos a ferver que nem crateras de vulcão, com toda a serenidade e bem-estar que tínhamos adquirido ao longo destes preciosos dias, arruinados em coisa de poucos minutos.
Calma, calma, não esfreguem as mãos de contentes porque a comédia ainda não acabou.
Apenas chegados a casa constatámos que não tínhamos connosco uma bolsa que continha os nossos passaportes e outros documentos de importância. A lógica dizia-nos que deveria ter ficado no balcão de perdidos e achados, mas a certeza não era nenhuma.
Telefonámos imediatamente para o número que constava da cópia da reclamação e foi-nos informado que não era possível contactar telefonicamente o balcão do serviço referido. Tínhamos de decidir por uma de três soluções:
Ir lá pessoalmente,
Mandar um fax pedindo a informação, ou
Contactar a P.S.P.
Claro está que o meu marido se deslocou de imediato ao local, dada a importância dos documentos em questão. Quando lá chegou, a incompetente empregada informou-o que tinha dado logo conta que tinham lá ficado e entregou-lhos.
Indagada pelo meu marido das razões que a levaram a não se preocupar sequer em fazer um telefonema para descansar o cliente em relação ao local onde tinha deixado documentos de tal importância, respondeu que não viu necessidade uma vez que seriam entregues com a bagagem quando ela chegasse.
Agora um comentário meu. Já não me espanta, entendo até bem a razão pela qual companhias aéreas de referência estão a falir quase diariamente. Nunca viajei numa companhia low cost, mas custa-me a crer que o atendimento feito pela ground crew tenha alguma hipótese de ser menos eficiente e efectuado com menos profissionalismo do que este; trata-se de um voo TAP que fiz em classe executiva…
17 comentários:
Bolas! Palpita-me que está a necessitar de novas férias, mas, desta feita, talvez seja melhor ir de comboio...
Hoje em dia é assim e, já agora,também assim.
(leia se tiver tempo e paciência)
http://bonstemposhein.blogspot.com/2007/11/nas-asas-do-insulto.html
Temos de voar com aquilo que temos.
Finalmente, Donagata, e como sempre em excelente forma! Seja bem regressada.
Que chegada em grande!
As minhas chegadas são assim: como eu!
Quando não são as chegadas são as partidas...
JRD, li atentamente o post que referiu. Trata-se de uma situação, a meu ver,mais grave ainda uma vez que aí estava em causa o bem estar, digo: o estar em condições aceitáveis, já não bem,de todos os passageiros do avião. Obviamente, quando ainda por cima se constata que o respeito pelos incapacitados é o que é... Enfim, fica-se triste. Eu gostaria, francamente, de dizer que tudo correu muito bem e que as pessoas que fazem parte do staf da companhia são espectaculares. A verdade é que nem de longe. E o que me irrita mais é a sobranceria e a indiferença com que lidam com as próprias falhas.
Parabéns pela forma elegante como está feito o post em questão.
Bom dia.
Bem-vinda, querida Donagata!
Beijinhos :))
Cristina Loureiro dos Santos
Olha, olha amanhã o tango vai ser mais animado!
Bem-vinda!
Quanto a low cost... de espanha para cá é muito mau, muito mau...
Pior do que isto? É lá possível! Refiro-me ao atendimento em terra...
Ola Sra Donagata :)
Seja muito bem Vinda !
Tenho de lhe dizer q nao deixa de ser engraçado este Episódio , sei
o q é ficar sem a Bagagem no à chegada ao destino , bem chato por sinal !
Tenho q vos dar os Parabens pela forma como lidaram com a situaçao :) .
O seu Marido tem Espirito :)
É bom te-la por cá , beijo A.B.
DonaGata antes de mais bem regressada seja e cheia de espírito positivo espero eu.
Mas tenho um reparo a fazer-lhe, na TAP não há classe Executiva...Há uns bilhetes mais caros que eles inventaram para enganar a malta, pois o exemplo que relatou diz bem do espírito reinante na dita companhia aérea...
Beijinho
pavlovdoorman, efectivamente não posso concordar mais consigo.
Bom fim de semana.
Ola Sra Donagata .
Desculpem-me mas nao posso estar de acordo , a T.A.P. a British e a Air France sao para mim das melhores Companhias !
Eu conheço-as , e claro , esta é apenas a minha Opiniao .
Tenho sim pena q tenha sido atendida por uma Flausina Deficiente ...
Acreditem , Experimentem a Ibéria ou a S.A.T.A. e dps digam-me qq coisa !...
Mais uma vez , seja bem Vinda .
Beijo , A.B.
Era também essa a minha opinião até há pouco tempo. Confesso que continuo a não ter muito que dizer em relação ao pessoal do ar.
A classe executiva, a meu ver, justifica-se em voos longos. Nos curtos realmente a grande diferença é no preço.
Devo dizer que viajo algumas vezes e o meu marido viaja mesmo muito e priorizámos sempre a TAP. Agora, não sei, embora creia que continue da mesma forma. São episódios terrivelmente desagradáveis, não deviam acontecer, mas isso mesmo, episódios.
Bom fim de semana
QUERO VOLTAR PARA A ILHAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!:(
É mesmo bom loira! Mas não pode ser sempre...
Que grande aventura! O serviço da TAP até não costuma ser mau, pena é a falta de profissionalismo crecente de quem nos atende, mas acho que é geral. Já tive problemas sim, mas com a Air France, perdeu-me a bagagem, que só reavi uma semana depois, e o bilhete de volta!!! Compreende perfeitamente a frustração, e que tal ir novamente de férias para retemperar forças?
um Beijo
Clara, ir de férias novamente até que nem era nada mal pensado. Pena é que a vida não se possa fazer apenas de períodos de férias. Também depois não lhe dávamos o devido valor.
Beijos.
Boa semana
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