Procuro palavras bonitas para ti, hoje.
Daquelas que cabem em poemas e fazem brilhar muito os olhos
daqueles a quem se dirigem.
Gostava tanto de te fazer brilhar os olhos!
Procuro as palavras.
Mas há dias em que elas custam a sair. Colam-se à alma e
desarrumam-se em silêncios antigos e bons.
Afinal não preciso de palavras.
Estão tão gastas as palavras! São tão pequeninas as
palavras!
Nunca significaram muito para nós, as palavras.
Meros muros onde nos refugiamos sempre. Onde vestimos a alma
de panos grosseiros e escondemos a seda e o veludo de que é feita.
Por recato? Porque nos assusta o macio?
Onde a cobrimos de vermelhos fortes, de cinzas e de negro
escondendo as cores feitas de luz…
Tememos o brilho?
Connosco bastam os silêncios. São sempre mais eloquentes os
silêncios.
Hoje, mais uma vez, olha-me nos olhos e lê-me a cor do silêncio.
2 comentários:
Belíssimo!
Ficou guardado no silêncio
dos meus olhos, a infinitude
deste silêncio...
Bjo.
Obrigada Suzete. Ainda bem que gostou.
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