Pouso o livro que estou a ler
e já não me prende a atenção.
Estou desatenta, devaneio.
Fecho os olhos, devagar
e procuro entender-me,
dissecar o meu imaginário.
Procuro ler-me nas mais escusas entrelinhas.
Procuro escapar de mim
ao mesmo tempo que me mantenho eu
e me espreito, sorrateira, furtiva.
Vejo aquela que todos vêem,
aquela que está por cima,
que dá a cara,
que sorri,
que chora,
que todos julgam conhecer de tão transparente,
até eu.
Mas, finalmente, encontro-me.
Não sou mais essa,
sou apenas eu.
Mais real, mais crua, mais viva.
Sem comportamentos ditados pela sociedade,
sem amarras, sem pudores,
sem evasivas ou maquilhagens.
Sou a que não se reconhece.
Donagata 2009-01-06(Imagem: Arte com livros de Jennifer Khoshbin)
7 comentários:
Que engraçado. Parece que nos sintonizámos quando escrevemos os nossos últimos posts.
Ora vá lá espreitar o meu:)
Beijinhos
Muito forte este poema... Gostei imenso... Ainda estou a recompor-me!
Um beijo enorme
Estou feliz porque gostou, Nuvem. Isso é muito importante para mim.
BleuVelvet, já lá vou dar uma espreitadela.
A sintonia deve ser do tempo...
Beijos a ambas.
Muito bonito e... Intenso!
Espero por mais destes :)
beijinhos
Ola Sra Donagata :)
Fantastico ...
No minimo Fantastico !!!
Excelente , Gostei mesmo muito !
Beijo , Anibal Borges .
Obrigada. Ainda bem que gostaram.
Beijos
Quando nos despojamos
em palavras belas
sentidas
apetece reinventar a vida
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