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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

"O Escrivão" de Catherine Jinks


Querem saber uma coisa? Também há saldos de livros! Não falo em feiras de livros em que estes têm descontos que rondam os 10/15 e muito excepcionalmente, 20%. Não. São saldos à séria.

A última vez que fui à Bertrand (passe a publicidade, mas é o local onde encomendo geralmente os meus livros à excepção dos de poesia), buscar uma encomenda, verifiquei, mais propriamente, chamaram-me à atenção para o facto de terem uns quantos títulos ainda em “promoção de natal” embora este já tivesse passado há uns tempos. Cada livro custava 1,49€… Livros com preços de capa entre os 15 e os 20€…

Bom, lá passei eu mais uns tempitos a ler sinopses, a procurar autores ou títulos que me pudessem interessar até vir carregada com mais cinco livros além dos já encomendados.

“O Escrivão” de Catherine Jinks, foi um dos escolhidos. Por um lado por me lembrar do “Inquisidor”, da mesma autora, que não li, mas foi um bestseller. Por outro lado por se tratar de um romance histórico que abordava uma época muito interessante; a residência do Papa em Avignon.

Já o li e valeu bem a pena.

Trata-se de uma história interessante, escrita com muito humor, literariamente atraente que começa com o hediondo crime do camareiro do Cardeal e subsequente mutilação dos seus genitais.

A personagem mais marcante é Raymond Maillot, um jovem escrivão residente em Avinhão na altura em que tudo acontece (sec. XIV). Este jovem, bem-disposto, cantador, com fortes tendências para a devassidão, vem a ser cooptado pelo dominicano Amiel, ex-inquisidor, (a outra personagem determinante) para o assistir nas investigações para que vem investido pelo próprio Papa.

E assim, Raymond vê-se, sem saber muito bem como, puxado para uma vida de claustro, em que as coisas que lhe eram habituais, eram consideradas fortes devassas. Fica assim “entalado” entre o desejo de manter os seus alegres hábitos para os quais é frequentemente atraído, e o de cumprir uma vida virtuosa aos olhos de Deus.

São 559 páginas de boa prosa, que tenta descrever o ambiente de época, mas descaradamente libertino. Há já quem lhe chame o “Décameron II”

Foi uma surpresa interessante.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá, vou começar a ler o Inquisidor, espero gostar, pois é um tema que eu gosto bastante, iadde média e inquisição, gosto pela negativa, pois entendo que é um momento triste para a igreja católica.

bj
Mário Sousa
mrf@fct.unl.pt

Donagata disse...

Ainda bem que deixou este comentário! É que eu tinha intenção de comprar o Inquisidor e tem-me passado. Agora que me lembrei, não tardarei a comprá-lo e a lê-lo, espero eu.

Também a mim me interessa essa época exactamente pelas mesmas razões.

Espero que goste.