Como já nos habituou, o autor mais uma vez desenvolve uma crítica social jocosa: aos costumes, ao pensar do novo-riquismo (a piscina será um dos símbolos), ao hábito, muito nosso, de falar incessantemente embora escasseie o assunto e, portanto, não se diga nada.
Escrito em bom e rico português (também como habitualmente), embora simples e bem-humorado. A “acutilância” que também caracteriza Mário de Carvalho, junto à sua perícia na escrita, tornam o livro “viciante”.
O real cruza-se com o mais improvável imaginário, constituindo um todo coeso e complementar.
As personagens, sobretudo as cinco principais, vão entrelaçando as suas vidas, deliciosamente reais, concebendo uma trama onde assenta, além da crítica social já abordada, um sentimento de declínio do qual sobressai o ridículo das acções humanas e dos costumes de uma determinada sociedade.
O autor coloca-se por diversas vezes na qualidade de personagem de forma a realçar alguns aspectos, chegando até a “dialogar” com o leitor.
Gostei muito.
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