Mamã e titi em 2016-08-06 |
À medida
que o tempo avança
(ou que
vais avançando no tempo)
e o cabelo
embranquece, a pele enruga,
as pernas
ganham pesos que não tinham,
as
distâncias perdem o sentido,
as
trivialidades se agarram à carne das palavras
e os tempos
não são mais o que eram
surgem
assim, ao de leve,
numa
semântica de acaso
momentos de
uma candura pueril
e feliz
E sorris
com as flores, com os raios de sol
nas paredes
pintadas de fresco
e com as
bolachinhas de chocolate.
O horizonte
fica mais breve mas não importa
encharcas o
ar de cenas miudinhas,
de palavras
ao rés da pele,
inventas
pequenas malícias ingénuas,
por vezes
doces,
outras nem
tanto
e sorris.
E desgostas
das tuas mãos engelhadas.
Mesmo assim
arriscas um afago prolongado
no gato que
dorme a teu lado
e sorris
e sorri
também o gato.
Olhas-me
com esses olhos gordos de tempo
e és de
novo criança.
2016-08-04
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