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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Às malvas



Hoje apetecia-me mandar tudo às malvas.

Que é como quem diz que o que eu queria mesmo era o privilégio de fazer apenas aquilo que me apetece. 
Borrifar-me para as obrigações, para as conveniências, para os compromissos. Enfim, livrar -me de todas essas grilhetas que me azedam e me amarram os dias.

E, em vez disso, ocupar-me com alguma coisa lúcida…
Ou, ainda melhor, não me ocupar com absolutamente nada e deixar – me vadiar, completamente absorta, pelos caminhos mais recônditos da imaginação.

Mas não será a realidade um conveniente produto da imaginação?

Como está pragmática a minha imaginação!
De tão praxista não lhe consigo encontrar uma pontinha que seja de fantasia; dessa irrealidade bonita que a devia compor.

Resta-me o desânimo!

Mas será mesmo que já não divisarei o devaneio? Já não conseguirei ascender a esse querido patamar que me permite o delírio?
Que imbecilismos são estes que surgem de todos os lados e me amarram a uma realidade boçal que não me deixa voar? Ou a uma imaginação amarrada, também ela, e que não se permite criar-me outra realidade, superior, mais tolerável ?!

Hoje vou recusar esse marasmo!

Hoje vou mandar tudo às malvas!!!!

3 comentários:

Anónimo disse...

Porra, que tédio!!!
Já nem a ti, nem a mim, nada nos alegra os dias.
Sempre a mesma léria.
Um enjoo, que até agonia.
Vamos às malvas, rapaz!

Mar Arável disse...

No ciclo das marés há sempre um barco

Donagata disse...

Um barco e um porto Mar Arável....