Sentada aqui
no meu bar, na minha praia,
pouso o
livro que não me apetece ler.
Desabituei-me
de estar aqui.
Tinha quase
esquecido esta beleza crua.
Pouco a
pouco invadem-me os sons, os cheiros, as cores, o brilho…
de uma forma
tão intensa, tão imensa, tão viva!
Quase dolorosa.
Perturba-me o
estrepitar do mar que amo.
Desassossega-me…
Escuto-o.
E, de
repente, já não me importa a intensa vida de Adriano
que nunca
pode ter tido a intensidade deste mar.
Desdenho a
beleza das palavras de Yourcenar
que nunca
serão tão belas como o voo das gaivotas,
a espuma das
ondas, o cinza/verde das rochas húmidas,
os raios dourados
bailando nas águas.
Desabituei-me
de estar aqui.
Tinha quase
esquecido de como sorver este ar salgado,
de como pisar
esta areia graúda que pica nos pés,
de como
sentir na pele a carícia ardente do sol.
E agora, que
regressei,
sinto que
esta realidade áspera que me envolve
me traz de
volta à doçura dos sonhos
que há tanto
tempo não sonhei…
2 comentários:
Tudo se move
no ciclo das marés
Bem-vinda
Obrigada minha boa onda...
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