Como já disse diversas vezes sou uma leitora bastante compulsiva de todos os géneros literários. Contudo, como é natural, há géneros que me suscitam mais curiosidade do que outros. Pois bem, gosto de ler um bom policial.
Quando li a sinopse deste”Biblioteca das Sombras” fiquei logo entusiasmadíssima.
Senão vejamos; Um livro inteiro sobre livros, livrarias, bibliotecas e bibliófilos (já promete!). Tudo isto embrulhando uma morte que se verifica ter sido um assassinato peculiar e que leva o filho do assassinado a encetar uma investigação que o arrastará por caminhos misteriosos…
Pois, não podia deixar de ler.
O livro começou a interessar-me logo às primeiras páginas. Luca Campelli o dono da prestigiada livraria “Libri di Luca” em pleno centro de Copenhaga, chega de uma viagem que o manteve ausente da sua adorada livraria por mais de uma semana.
Ao chegar, inala o odor dos seus adorados livros, serve-se de um cognac e dirige-se ao mezanino, local onde se encontram os exemplares mais ricos e mais invulgares da sua livraria a que muito poucos têm acesso dado o seu valor. Aí repara num exemplar que estranha e começa a lê-lo. À medida que se embrenha na leitura vamos acompanhando estranhos fenómenos ligados ao comportamento de Luca que culminam com o derrube da balaustrada do mezanino e consequente queda que lhe provoca a morte. Este processo de leitura e seus efeitos, embora não totalmente compreensível, ainda, para o leitor, está muito bem descrito e é deveras envolvente.
É que Luca, sabê-lo-emos entretanto, fazia parte de uma sociedade secreta, os Lectores, possuidores de dons excepcionais de leitura que lhes permitiam arrebatar o leitor levando-o a ler o que quisessem que lesse. Mais propriamente a enfatizar os aspectos da leitura que quisessem. Ora esse poder, como facilmente inferiremos, tem tanto de admirável como de perigoso.
Jon, filho de Luca e proeminente advogado, é, no rescaldo da morte do pai, apanhado no meio de todos estes mistérios e perigos que desconhecia completamente mas que tem de enfrentar para salvar a própria vida.
Claro que há espaço para o romance o qual acontece entre Katherina e Jon.
Com todos estes ingredientes e um começo interessante é certo que criei as minhas próprias expectativas que, infelizmente, acabaram por não corresponder à realidade.
O que acabei por ler foi um romance ao estilo Dan Brown, com muito ritmo mas pouca história. E, sobretudo, pouca consistência. Tudo, na minha opinião, é aflorado um tanto superficialmente. As personagens são pouco sólidas à excepção de Katherina que achei bem trabalhada e credível.
Também os sucessivos desfechos do enredo foram, para mim, demasiado previsíveis. Quase desde o início que foi evidente quem eram os “maus” e os “bons” da fita; quase desde início que soube quem eram os traidores e as consequentes vítimas. Enfim, quase desde o início que pude construir a história sem grandes desvios em relação ao que realmente aconteceu.
E para terminar… o fim. Pois, o fim , boring…. Um verdadeiro desconsolo.
Com tudo o que acabei de vos dizer e vale o que vale, é apenas a minha opinião, estamos em presença de um best seller…
Dizer que perdi tempo com a leitura do livro? Não posso, nunca considero uma leitura uma verdadeira perda de tempo. Além disso estamos em presença de uma escrita fluida, agradável, sem grandes pretensões literárias mas agradável mesmo assim.
Um livro a ler para quem gosta do género mas, continuo a achar, com muito pouca substância…
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