(Imagem: "Deus criou Adão, de Michelangelo Buonarroti, abóbada da Capela Sistina)
Se eu achasse necessária existência de um deus
inventaria um para mim.
Um que fosse só meu.
É assim que todos surgem!
Porém, forjaria um diferente
de todos quantos conheço
(e se dizem deus).
Comporia um, como mereço.
Teria de ser belo, claro,
como convém a qualquer divindade.
Poderia até ser mulher
(pela sua sensibilidade)…
Não aceitaria trocas interesseiras de favores.
Não inventaria culpas avassaladoras,
com as consequentes posturas castigadoras
para expurgar não sei bem o quê, ou porquê.
Não exigiria os constantes louvores
que vejo outros aceitar com despudores.
Nunca, mas nunca poderia ser cruel,
permitir o sofrimento sem culpa,
permitir a uma criança saborear o fel.
Não entendo um deus assim…
Austero e misericordioso?!
Isso é fraqueza, não é amor.
É mercantil, é odioso.
Se inventasse um deus,
que fosse só para mim
podem crer que nunca, mas nunca,
seria um deus assim.
2 comentários:
Com o devido respeito por quem
os tem ou deseja
por mim com deuses não me meto
dá azar
Bj
Também eu, Mar Arável, respeito esses mesmos que os têm ou os desejam...
Apenas não gosto dos que conheço. E em azar... bem, não acredito muito. Sou, está visto, uma céptica irredutível
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