(The poet with The Birds by "Marc Chagall")
Como eu queria voar!
Soltar-me, livre, para bem longe,
Onde, sem que ninguém me ouvisse,
pudesse falar.
Ser percebida sem nada dizer.
Sem ser vista, estar.
Ser eu sem me reconhecer…
Como eu queria voar!
Mas não como as aves.
São belíssimas as aves…
Porém, frágeis e vulneráveis,
sujeitas à força do vento
que, por vezes, as faz soçobrar…
E eu não sou frágil!
Não sou vulnerável!
A força nenhuma me quero curvar.
A nada!
A ninguém!
Todavia…
Como eu queria voar!
Talvez voando para longe,
para lá das nuvens, do céu, das estrelas,
talvez assim,
me conseguisse encontrar.
4 comentários:
Adorei esse pedaço onde diz:
_ "como eu queria voar!
Mas não como as aves".
Voar sendo vc mesma, sem ser outro, independente, e "talvez" ter o domínio da liberdade pura e simplesmente como é a palavra dita, e não "aparentemente" frágil como as aves.
Gostei mto.
Bjos.
Que poema tão bonito. A sensação mais próxima do voo é-nos dada pelo deslize na água ;)
Obrigada Wall pelas suas palavras sempre bonitas e consistentes. Palavras de artista. De quem entende muito para além da superfície...
Obrigada.
Susana! Outra que está muito para além da superfície... Sou uma felizarda com as minhas comentadoras e comentadores, diga-se.
É verdade sim. O deslize na água é algo de libertador. Provavelmente o mais próximo de voar, não sei.
Embora, como sabe, eu tenho alguma dificuldade no deslize, muito "ruído"...
Mas nadar, para mim, é algo muito relaxante, de facto.
Nunca tinha pensado nessa analogia!!!
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