Para quem aqui vem com alguma frequência sentirá, no mínimo alguma estranheza, ao ler este post por causa do tema que vou abordar. É que, não é de todo meu hábito, comentar assuntos que se prendem com política. Não pelo facto de achar que não tenho nada a ver com “essas coisas”. Muito pelo contrário, é minha opinião que todos temos o dever de interferir e de ser activos em relação às opções que queremos para o nosso país; à escolha das pessoas pelas quais queremos ser conduzidos desde que utilizemos todos os meios democráticos que estão ao nosso alcance.
O problema reside aí mesmo, nos meios. É que apesar da grande bandalheira em que se têm vindo a tornar as campanhas eleitorais nas quais, na minha perspectiva, tudo é mais importante (a ofensa pessoal, o ataque público despudorado, a mentira, a fuga airosa a compromissos anteriormente assumidos) do que o projecto que este ou aquele candidato apresenta para resolver os problemas do país, não contava com alguns extremos…
Pois, sou ingénua. Eu sei. Já o disse aqui diversas vezes e, já diz o povo: “Quem não usa não cuida”.
É que esta história das escutas ao Sr. Presidente da República já me anda a irritar há uns bons tempos. A bem dizer desde que começou.
Eu bem tentei não mexer no assunto mas, após ter ouvido e lido tanto contra-senso e tanta “informação” que não consigo encaixar de maneira nenhuma, restou-me fazer um apanhado de tudo o que havia lido e escutado e tirar as minhas conclusões.
Assustaram-me, devo dizer. Mais propriamente incomodaram-me e deixaram-me apreensiva. Pois, dê as voltas que der às peças do puzzle não consigo chegar a nenhuma conclusão que isente o Sr. Presidente da República portuguesa (!!!).
Se não sabia de nada, porque não se pronunciou atempadamente?
Se sabia e não se quis pronunciar, porque não seguiu com queixa pelas vias devidas, com maior ou menor discrição?
Sendo Fernando Lima um colaborador de Cavaco Silva de há tanto tempo (e pelo que eu li provindo dos mais variados quadrantes políticos, pessoa considerada de grande lisura e correcção nas suas atitudes) porque carga de água é que resolveu, justamente agora, estar-se nas tintas para o Sr. Presidente e emanar tal informação sem lhe dar conhecimento?
E, já agora, porquê ao Público?
E este, não tem por obrigação, que mais não seja em prol da mais básica ética, investigar os “furos” que lhe chegam à redacção?
Tantas perguntas!!!!
E sabem que mais? Para mim, repito, para mim, simples cidadã embora atenta, apenas uma resposta lógica:
Tudo isto não passou de uma teia (mal) urdida pelo próprio Presidente da República, pasme-se (eu, tristemente, pasmo), com vista a, em período eleitoral, dar uma mãozinha à sua amiga Drª Manuela já que a sua “bandeira” de campanha se centrava na “asfixia democrática”, “ no ambiente de medo”…
Mas, e agora pergunto eu, que credibilidade poderá ter o senhor, depois de uma atitude destas, como Presidente da República?
Será que o senhor pensa que os portugueses não têm capacidade de raciocínio? Não cogitam? Não se preocupam com a fragilidade institucional por ele comprada com esta atitude que, inevitavelmente, terá consequências funestas para o país seja qual for o partido ganhador?
Oh Sr. Presidente! Saiba "Vossa Excelência(?)"que até para se tecerem teias bem feitas é necessário ser-se aranha…
10 comentários:
Nem mais!
ó donagata... não imagina o quanto estou de acordo consigo!
mas sabes no que vai dar isto?
em nada!!! porque o sr. presidente anda a aprender com os "amaricanos". aranja um "sacrificadozinho" e o dito deixa-se assim ser... terá seguramente a vidinha (as)segurada!
podias enviar-lhe o texto "cuidado!" para que aprenda a ser aranha... que dizes?!
eheheh
beijos
Ora aí está uma boa...
Esta coisa está em cavacos
Mas é que mesmo absolutamente escavacada...
Oi Donagata.
Escreveu com muita propriedade e lendo parecia um comentário sobre os políticos brasileiros, que parecem sair da mesma forma.
Aliás como a grande maioria espalhada pelo mundo. Só muda o código de endereçamento postal.
Concordo plenamente com você.
Abstenho-me de comentários políticos porque meu blog é sobre perfumes e principalmente porque sou profundamente desiludida e sem esperanças sobre os atuais cenários políticos. Do Brasil, países europeus, norte americanos,oriente.. até a conchinchina..
Isto mudará quando os homens como espécie alcançarem alguma evolução no espírito, e os políticos ingressarem na carreira almejando o bem social, não a escalada econômica pessoal. Beijocas. Elisabeth
Acrescentando a todas as suas perplexidades, compartilhadas pelas pessoas equilibradas e de bom senso, permito-me colocar mais uma: que benefícios, concretos e explicáveis, colheria o Governo dessas apregoadas "espionagens" à Presidência da República, quando, institucionalmente, colaboram e têm todas as oportunidades para esclarecerem incompreensões?
Não consigo imaginá-los.
Efectivamente, este truque do coelho fora da cartola foi muito, mas muito desajeitado - e fico-me pelo "desajeitado"!
Um beijinho
Alda
Alda, ora aí está um aspecto que também ponderei mas me esqueci de colocar. E é, na minha opinião, dos mais relevantes.
Por vezes tenho mesmo de parar para reflectir acerca de determinadas coisas com penas de pensar que estou a ficar estúpida tal é o grau de incompreensão em relação ao que se passa.
Ou então não é incompreensão. Apenas não gosto do que até compreendo bem demais.
Beijos.
Elisabeth, infelizmente já não tenho assim grandes ilusões. Contudo há figuras políticas que institucionalmente têm de manter a credibilidade ou então estamos numa república das bananas.
Seria, obviamente, o caso do Presidente da República. A pessoa que representa o país. Ora se já a carinha e o discurso é o que se vê (sou uma esteta), ao menos que se safasse a credibilidade. Mas nem isso...
Exacto, e ele de aranha... só se for aquela viúva negra, que é tão feia... (mas não me consta que saiba tecer bem lolol)
Beijocas :)
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