Gosto de ver passar frescos rostos,
enfrentando a demanda que é viver,
alegres por aquilo que ainda ignoram,
criando belos sonhos sem saber.
Mas viver é um nunca acabar de desafios,
é um correr de águas a cada instante,
que por vezes nos impelem que nem rios
e outras nos aniquilam de rompante.
E é aí que largamos esse sonho,
que tentamos essa água abrandar,
mas aquela que na vida já perdemos,
é bem certo, não a vamos recuperar.
E quedam-se menos frescos esses rostos,
que ainda agora me comprazia a ver passar.
É esta vida feita de lágrimas e desgostos,
de momentos em que nem sabemos respirar,
que ao roubar-lhes o sonho e a poesia,
faz com que os belos rostos percam a magia
e comecem então a definhar…
4 comentários:
Gosto desta poesia, clara de sentido e rica de emoções. Prefiro-a àquela em que a mensagem se esconde sob frases difíceis e palavras de dicionário.
Eu sou muito pobrezinha em palavras difíceis. Por outro lado, já me conhece, como em tudo, sou um livro aberto...
Delicioso! Acalmou a dor destes dias de chuva em tempo de férias. Estou a escrever de um PC da Biblioteca de Caminha... Já que nao posso ir à praia...
Bjs
A biblioteca é sempre uma boa alternativa à praia. Embora eu prefira levar o livro e ir à praia.
Espero que o tempo melhore para que possa usufruir convenientemente destes dias.
Beijos.
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