Imagem da net, autor não identificado
Estou daqui a observar
aquele pequeno pardal
que ensaia o seu voar
do alto do meu beiral.
Olha p'ra baixo a avezita.
Vejo-a ansiosa, a piar.
Escorrega-lhe a patita…
Eis que se perde no ar.
Vem a pique estonteada
até que agita as asitas.
Movimenta-as, desajeitada,
e vem pousar, nas ervitas.
Mas eis que o siamês, o gato,
que aguardava paciente
por entre as folhas do cacto
ali, bem na minha frente;
e que só por distracção
eu ainda não avistara
tal era a minha atenção
perante cena tão rara,
dá um salto repentino
tentando a ave apanhar.
É aí que eu me obstino,
e lá vai o livro pelo ar.
O gato foge numa pressa,
com medo de tão grande míssil.
Mas para o cacto regressa
com um ondular leve e grácil.
Lá vou o livro apanhar
e procurar o pardalinho.
Está encolhido, sem piar,
quer sua mãe e seu ninho.
Pego nele com cautela
não o quero assustado.
E vou levá-lo à janela,
aquela que fica mais perto
do seu ninho no beirado.
11 comentários:
Adorei tanto a poesia que é uma delicadeza só, e a imagem.
Bjocas.
Wal.
Obrigada. Foi autêntico, aqui, no meu jardim.
Beijos.
Esta vou mostrar à XX!
E ela está a gostar?
Só posso mostrar logo!
Está muito giro!
Foi um dos melhores poemas que li até agora.
Um beijinho!
O gato fugiu; ficaram o livro, o pardalito e a ternura.
Gostei francamente.
Pipocajoaquina, estou muito feliz por teres gostado. A tua opinião de menina é muito importante para mim...
Um beijo grande e gostei muito que me viesses fazer uma visita.
Obrigada jrd. Ainda bem que gostou. para mim foi um agrado escrevê-lo.
Tão docinho :) Adorei.
Beijinhos
Obrigada. Ele era mesmo docinho.
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